Praias com lotação máxima de banhistas para cumprir distanciamento social
Covid-19
23 de abr. de 2020, 10:23
— Lusa/AO Online
“As praias, sendo
espaços públicos, também terão de ter os procedimentos e regras a serem
implementados para segurança de todos e que têm a ver, obviamente, com o
distanciamento social”, para impedir a propagação da pandemia da doença
provocada pelo novo coronavírus, explicou à agência Lusa a coordenadora
nacional do programa Bandeira Azul da Associação Bandeira Azul da
Europa (ABAE), Catarina Gonçalves.A
responsável disse que está a ser elaborado um “manual de procedimentos
sobre o acesso às praias” de Portugal, um trabalho que está a ser
desenvolvido por várias organizações, entre as quais a Marinha
portuguesa, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), o Instituto de
Socorro a Náufragos (ISN) e a Direção-Geral da Saúde (DGS).Este
guia deve estar pronto “na primeira semana de maio”, sublinhou Catarina
Gonçalves, e incorporará a capacidade de carga de cada praia.“Vamos
ter de avaliar a possibilidade e a forma de calcular a capacidade de
carga das praias, isto é, as praias têm um limite. A área concessionada
de uma praia está limitada fisicamente, isto é, tem uma dimensão de
extensão e de largura, de acordo com a preia-mar”, prosseguiu.A
coordenadora da ABAE explicou que a lotação máxima das praias vai ter
em conta “as recomendações” da DGS, nomeadamente, “do que é o espaço
seguro para as sombras e para os chapéus de sol” e o distanciamento
entre as pessoas.“Questões mais práticas
que têm que ver com a higienização dos espaços, a utilização de
máscaras, a própria utilização de esplanadas e bares - saber se é
passível de ser feita ou não e em que condições se for feita -, os
passadiços, os chuveiros, as gaivotas, os escorregas, as
espreguiçadeiras, tudo isso terá que ter uns procedimentos de higiene,
obviamente muito mais apertados”, realçou.Contudo,
Catarina Gonçalves referiu que nas praias é “muito mais complicado”
implementar estas medidas, uma vez que “não se pode pôr uma fita
amarela” para definir o espaço utilizado pelos banhistas.Por
esse motivo, a fiscalização “vai ter de ser diferente” e a responsável
espera que haja “bom senso” por parte dos banhistas para cumprir as
regras que vão ser estabelecidas.“Estamos
muito preocupados com as frentes urbanas, porque não têm uma entrada e
uma saída de uma praia. Todo o passeio marítimo, por exemplo, é uma
entrada de praia, o que dificulta bastante a fiscalização.