PR promulga apoios a rendas e créditos lamentando que não sejam mais alargados
Habitação
22 de mar. de 2023, 09:45
— Lusa/AO Online
Esta posição de Marcelo Rebelo
de Sousa e a decisão de promulgação constam de uma nota publicada no
sítio oficial da Presidência da República na Internet."Tratando-se
de medidas necessárias e urgentes de apoio às famílias, face ao
agravamento da situação económica e social, embora lamentando que não
sejam mais alargadas, designadamente por via fiscal, para abrangerem
outras situações igualmente muito difíceis, o Presidente da República
promulgou o diploma do Governo que cria apoios extraordinários às
famílias para pagamento da renda de casa ou da prestação de contratos de
crédito hipotecário", lê-se na nota.Na
quinta-feira, o chefe de Estado tinha prometido decidir com urgência
sobre as primeiras medidas do pacote da habitação do Governo sob forma
de decreto-lei: "Se são urgentes, chegando a Belém, serão naturalmente
decididos, nomeadamente promulgados com urgência".O
decreto-lei promulgado, aprovado em Conselho de Ministros na
quinta-feira, procede à criação de um apoio extraordinário designado
"Apoio à renda" e de um apoio extraordinário à subida acelerada do
crédito à habitação consubstanciado na "Bonificação de Juros".Segundo
o comunicado dessa reunião do Conselho de Ministros, o "Apoio à renda"
destina-se a arrendatários com taxas de esforço superiores a 35%, com
rendimentos até ao limite máximo do 6.º escalão do IRS e contratos
celebrados e registados junto da Autoridade Tributária até 15 de março
de 2023, será pago pela Segurança Social, com efeitos retroativos a
janeiro de 2023, e poderá ascender aos 200 euros mensais.A
"Bonificação de Juros" assume a forma de bonificação temporária de
juros e destina-se aos mutuários de contratos de crédito para aquisição
ou construção de habitação própria permanente, e visa dar resposta à
rápida variação do indexante de referência, com incidência num dos
principais encargos do orçamento familiar.Na
segunda-feira, em visita às instalações da CMTV, o Presidente da
República considerou que o pacote do Governo para a habitação, em termos
globais, "tal como está concebido, logo à partida, é inoperacional,
quer no ponto de partida, quer no ponto de chegada".Marcelo
Rebelo de Sousa equiparou globalmente o pacote de medidas anunciado
Governo - muitas delas ainda por aprovar em Conselho de Ministros - às
"chamadas leis cartazes", que "aparecem a proclamar determinados
princípios programáticos mais panfletários, mas a ideia não é
propriamente que passem à prática, não, é que fiquem leis cartazes".