PR prevê sucessivas renovações do estado de emergência para "esmagar a curva"
Covid-19
19 de nov. de 2020, 16:31
— Lusa/AO Online
No final
de uma reunião sobre a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal,
no Infarmed, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que "é
necessário renovar o estado de emergência" no imediato, mas advertiu que
este é "um desafio que continua para além dos quinze dias, nas semanas
subsequentes, nos meses subsequentes"."O
mesmo significa, com a ponderação adequada, na altura devida, uma
predisposição para subsequentes renovações também do estado de
emergência, aquelas que forem necessárias para, na expressão dos
especialistas, se esmagar a curva e se ter uma evolução que todos
desejamos", acrescentou o chefe de Estado.Depois
de anunciar perante a comunicação social que hoje à tarde vai enviar
para a Assembleia da República o diploma de renovação do estado de
emergência em Portugal por mais 15 dias, de 24 de novembro até 08 de
dezembro, Marcelo Rebelo de Sousa justificou a sua decisão."Os
números apontam para isso, a tendência aponta para isso, a pressão
sobre o internamento e os cuidados intensivos aponta para isso, a
experiência do passado recente aponta para isso, o que foi dito sobre o
tempo cada vez mais longo que as medidas necessitam para serem eficazes
aponta para isso. E, portanto, renovação do estado de emergência",
declarou aos jornalistas.O atual período
de 15 dias de estado de emergência começou às 00h00 no passado dia 09 e
termina às 23h59 da próxima segunda-feira, 23 de novembro. Nos
termos da Constituição, para renovar por mais 15 dias este quadro legal
que permite a suspensão do exercício de alguns direitos, liberdades e
garantias, o Presidente da República tem de ter ouvir o Governo e de
autorização da Assembleia da República, que deverá votar este diploma na
sexta-feira.Após
ter ouvido os especialistas nesta reunião, Marcelo Rebelo de Sousa
sustentou que "é importante avançar para medidas específicas que atendam
à maior ou menor gravidade da situação nos vários concelhos", a par com
"medidas comuns a todo o território português"."Essa
possibilidade deve traduzir-se no quadro normativo que é o decreto
respeitante á renovação do estado de emergência, de forma a permitir ao
Governo, na sua execução, com flexibilidade, com plasticidade, ajustar
as medidas às situações diferentes vividas no território continental",
adiantou.O Presidente da República referiu
que parece não haver uma ligação "entre o ensino presencial e o
agravamento do contágio, da infeção, da contaminação" e considerou que
esse "é outro dado que certamente o Governo tomará em linha de conta" na
adoção de medidas ao abrigo do estado de emergência.Marcelo
Rebelo de Sousa insistiu na importância do uso da máscara nos contactos
sociais e apelou ao contributo individual de cada um para a prevenção
dos contágios, argumentando que "não há medidas que possam ser eficazes
se os portugueses não acreditarem nelas".No
seu entender, "o agravamento da pandemia" está a ser "acompanhado por
um aumento de tom crítico" dos cidadãos, também em Portugal, mas "os
portugueses têm sido exemplares em termos de adoção das medidas", mesmo
que sejam críticos da atuação dos responsáveis políticos ou da resposta
das estruturas de saúde.