PR escolherá "data mais razoável" sem ter em conta processos eleitorais partidários
OE/Crise
2 de nov. de 2021, 17:52
— Lusa/AO Online
Em
declarações aos jornalistas, no antigo picadeiro real, junto ao Palácio
de Belém, em Lisboa, questionado se na marcação da data das
legislativas terá em conta os processos eleitorais internos dos partidos
à direita, PSD e CDS-PP, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: "Não, não"."Não,
eu vou ter em conta apenas – se for esse o caso – aquilo que considero
ser a data mais razoável no quadro que se levantaria no momento da
realização das eleições", acrescentou.Interrogado,
em seguida, se se sente pressionado nesta matéria, o chefe de Estado
desdramatizou a existência de opiniões diferentes nos partidos e
parceiros económicos e sociais."Eu sei que
isso existe, sei que estão a fazer cumprir o seu papel, que é puxar a
brasa à sua sardinha. Mas a mim cumpre-me escolher aquilo – se for esse o
caso – que corresponda à melhor solução para o esclarecimento dos
portugueses e para a tomada de decisão em termos eleitorais",
acrescentou.Antes, o Presidente da
República considerou que é fundamental ouvir as opiniões dos
conselheiros de Estado sobre uma dissolução do parlamento, o que
acontecerá na quarta-feira a partir das 16 horas (hora dos Açores), e realçou que a escolha
da data de eleições só acontecerá posteriormente.Marcelo
Rebelo de Sousa distinguiu esses dois momentos: a questão da
dissolução, que "fica fechada" na quarta-feira com a audição do Conselho
de Estado, e a data de legislativas antecipadas, que irá ponderar "no
dia seguinte"."Estamos ainda na fase da
primeira escolha, da primeira decisão. Depois haverá 24 horas até eu
falar ao país ao começo da noite de quinta-feira, e aí vou juntar as
duas questões: a questão dissolução sim ou não; se sim, qual é a data
das eleições", declarou.Interrogado se
será decisivo o parecer do órgão político de consulta presidencial,
Marcelo Rebelo de Sousa considerou que "é fundamental ouvir o Conselho
de Estado e ouvir as razões dos conselheiros, não é um mero 'pro
forma'". "Eu quero ouvir as opiniões dos
vários conselheiros, que são muitos, e cobrem um espectro muito grande
da vida portuguesa. Depois, tomo essa decisão. E, a seguir, se for caso
disso, tomo a decisão da data das eleições", completou.