PR diz que escutas não validadas a Costa devem ser “lição” para o futuro
Operação Influencer
Hoje 11:54
— André Campos/Lusa/AO Online
Em declarações à imprensa no final de uma
visita de Estado ao Mónaco, Marcelo Rebelo de Sousa começou por apontar
que sabe “pouco” porque esteve “todo o dia ocupado”, mas diz que aquilo
que lhe chegou “é que a Procuradoria-Geral da República avançou com um
esclarecimento em que reconhecia haver lapsos, erros técnicos, portanto
não terá sido cumprida a lei como deveria ter sido cumprida”.Notando
que, “aparentemente”, algumas das mais das 20 escutas ao antigo
primeiro-ministro só chegaram depois de este já ter deixado o cargo,
enquanto “outras não tinham chegado por erro técnico, ou por lapso ou
qualquer outro problema”, o Presidente da República defendeu que este
caso “não pode deixar de ser uma lição para o futuro em termos de como
deve funcionar a justiça”.“Agora, fica
para a história, de facto, a lição. E a lição é muito simples: é a de
que há regras que dizem que as escutas a um primeiro-ministro têm de ser
validadas pelo Supremo Tribunal de Justiça e que isso deve acontecer
enquanto ele é primeiro-ministro. Em princípio, assim deve ser, senão
perde a utilidade a ideia da validação no exercício de determinadas
funções”, declarou. Insistindo que
desconhece se o sucedido “foi por erro técnico, por que razão foi”, o
Presidente da República manifestou-se convicto de que “certamente um dia
se há de perceber e explicar, mas a sensação que se tem é que não
aplicou a lei como devia ter aplicado”, observando que tal já é grave
“em relação a qualquer cidadão, mas em relação a um primeiro-ministro
naturalmente que tem uma incidência e uma gravidade maior”.“Naturalmente
que haverá oportunidade de se perceber melhor o que se passou e
sobretudo de retirar uma consequência para o futuro, e essa consequência
é que se se passou não sendo cumprida a lei, não deve voltar a
passar-se no futuro”, reforçou.Questionado
sobre se vai procurar saber mais, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que
acha “que todos os portugueses querem saber exatamente o que se passou,
como se passou, porque a ideia é que não se deve passar assim com um
primeiro-ministro”.