PR desvaloriza ligação familiar no Governo apesar de não ser solução ideal
2 de dez. de 2022, 12:17
— Lusa/AO Online
"Não
é propriamente uma coisa generalizada. Não sendo e entendendo-se que
cada um tem o seu mérito próprio, e eu tendo feito parte de um governo
de direita onde isso já aconteceu, não vejo uma objeção específica que
suscite uma oposição da parte do Presidente da República", afirmou
Marcelo Rebelo de Sousa à margem da 12.ª edição do Encontro PME
Inovação, organizado pela COTEC, no Terminal de Cruzeiros do Porto de
Leixões, em Matosinhos. O chefe de Estado
lembrou que os dois irmãos já estavam no Governo "há nove meses" e que
ele próprio integrou um executivo em que "dois bons ministros eram
irmãos", referindo-se a Basílio Horta e Ricardo Bayão Horta e ao VIII
Governo Constitucional chefiado por Francisco Pinto Balsemão (AD -
PPD/CDS/PPM). Marcelo admitiu, porém, que "como prática generalizada, em princípio, toda a gente tem a ideia de que não é o ideal".O
Presidente da República salientou que "quem faz a mudança, faz à espera
de encontrar melhores soluções", lembrando, no entanto, que é o povo
que vota. "Como vamos ter muitos votos nas
europeias em 2024, nas autárquicas em 2025 e nas legislativas em 2026,
no fim, [o povo] faz a soma, não apenas do que se mudou, mas dos
resultados dessa mudança e dá a classificação", referiu. Marcelo
considerou que as remodelações no Governo são "uma escolha" do
primeiro-ministro e ao Presidente cabe apenas apreciar se os nomes
propostos suscitam algum problema."O
Presidente da República só intervém nessa matéria para apreciar se os
nomes que são propostos levantam alguma questão constitucional, legal ou
ética que suscite uma objeção. Não sendo assim, é uma escolha do
primeiro-ministro", afirmou. Questionado
pelos jornalistas se tinha dado algum "recado" a António Costa, na
sequência da remodelação de terça-feira, Marcelo Rebelo de Sousa
respondeu que "o sistema não é presidencialista".