PR declara que só soube pela PGR em julho de 2018 que poderia ter havido encenação
Tancos
12 de nov. de 2020, 18:35
— Lusa/AO Online
No
depoimento escrito que prestou esta quinta-feira como testemunha no processo de
Tancos, divulgado no portal da Presidência da República na Internet,
Marcelo Rebelo de Sousa afirma que "apenas tomaria conhecimento de que
poderia ter existido eventual encenação no aparecimento do material, no
dia 25 de julho de 2018, através da senhora procuradora-Geral da
República".O chefe de Estado refere que na
véspera de ter sido noticiado o aparecimento das armas estava
"totalmente ocupado com a, e mais vasta, segunda vaga de fogos
florestais", em Oliveira do Hospital, distrito de Coimbra, onde fez "uma
comunicação ao país sobre a matéria, na noite do dia 17 de outubro de
2017", regressando nessa mesma noite à sua residência em Cascais."Encontrava-se
nessa residência, quando, no fim da manhã seguinte - no meio da atenção
prioritária dada à tragédia dos fogos e à situação política emergente -
soube, pela comunicação social, com base em informação veiculada pela
agência Lusa, do aparecimento do material de Tancos", relata.O
Presidente da República acrescenta que "não recebera, sobre esse
aparecimento, qualquer outra comunicação anterior, nem do Governo, nem
de chefias militares, nem de Belém, nomeadamente da Casa Militar, seu
chefe, assessores ou ajudantes de campo"."No
mesmo dia, ou no seguinte, falou-lhe a senhora procuradora-geral da
República [Joana Marques Vidal] indignada com a marginalização do
Ministério Público, que considerava ilegal e muito grave", adianta.