PR critica declaração de independência e defende respeito pela unidade de Espanha
27 de out. de 2017, 19:23
— Lusa/AO online
Esta posição do chefe de Estado
português, Marcelo Rebelo de Sousa, foi transmitida numa nota divulgada
pela Presidência da República aos jornalistas que acompanham a sua
deslocação aos Açores. "O Presidente da República, tal como o
Governo, reafirma o respeito pela unidade do Estado espanhol,
incompatível com o reconhecimento da invocada declaração unilateral de
independência da Catalunha,
que, além de não respeitar a Constituição [espanhola], não contribui
para a salvaguarda do Estado de direito democrático e o regular
funcionamento das instituições", lê-se no documento. O Governo
português declarou hoje que "não reconhece a declaração unilateral de
independência" anunciada no parlamento regional da Catalunha e condenou a "quebra da ordem constitucional e o ataque" ao Estado de direito em Espanha. O executivo do PS assumiu esta posição num comunicado oficial, depois de o parlamento regional da Catalunha
ter aprovado hoje, em Barcelona, a independência da região e a
separação de Espanha, numa votação sem a presença dos principais
partidos que se opõem à proposta, que abandonaram a sala minutos antes. "O Governo português não reconhece a declaração unilateral de independência hoje anunciada no parlamento regional da Catalunha.
Portugal condena a quebra da ordem constitucional e o ataque ao Estado
de direito em Espanha - parte integrante do quadro jurídico da União
Europeia -, que este ato configura", refere o comunicado. Na
mesma nota, o Governo acrescenta que "confia que as instituições
democráticas espanholas saberão restaurar o Estado de direito e a ordem
constitucional, quadro natural do diálogo democrático, a fim de
preservar os direitos e liberdades de todos os seus cidadãos e garantir
que seja encontrada a melhor solução para preservar a unidade de
Espanha". Hoje, a meio da tarde, em Vila Nova de Poiares, no
distrito de Coimbra, o primeiro-ministro, António Costa, manifestou a
sua "total solidariedade" em relação à defesa do princípio
constitucional da unidade de Espanha, considerando que a aprovação da
declaração unilateral de independência da Catalunha constituía "uma perturbação da vida política" espanhola. "A
nossa posição é muito clara: total solidariedade à defesa do princípio
constitucional da unidade de Espanha e o desejo de que, no funcionamento
normal da ordem constitucional, sejam assegurados os canais de diálogo
próprios que devem existir, mas salvaguardando aquilo que é fundamental
num Estado de direito, que é o cumprimento da lei da Constituição",
afirmou António Costa.