PR convocou Conselho Superior de Defesa Nacional para hoje
Ucrânia
24 de fev. de 2022, 09:17
— Lusa/AO Online
"Estando
a acompanhar o que se passa no leste europeu, em permanente contacto
com o senhor primeiro-ministro, entendi dever imediatamente convocar o
Conselho Superior de Defesa Nacional para as 12h00 de hoje, no Palácio
de Belém, em Lisboa, realizando-se a sessão presencialmente para todos
os senhores conselheiros que possam comparecer, mas também por
videoconferência para aqueles cuja participação presencial não seja
possível", declarou Marcelo Rebelo de Sousa à agência Lusa.O
chefe de Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas acrescentou:
"Era essa a imediata resposta que se impunha, em função do
acompanhamento feito em conjunto com o senhor primeiro-ministro e
daquilo que era a posição e a solicitação também do Governo,
correspondendo à visão que tinha e que tenho da situação vivida"."Não
queria deixar de dizer aos portugueses que aqueles que são responsáveis
por força do seu voto estão não só atentos como na disposição de atuar
de forma a estar à altura das circunstâncias, no quadro da ordem
constitucional, da estabilidade e da resposta que essas circunstâncias
possam determinar", disse ainda o Presidente da República.O
presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, anunciou hoje o início
de uma operação militar no leste da Ucrânia, alegando que se destina a
proteger civis de etnia russa nas repúblicas separatistas de Donetsk e
Lugansk, que reconheceu como independentes na segunda-feira.Em
reação a essa decisão, o primeiro-ministro, António Costa, escreveu na
sua conta na rede social Twitter: "Condeno veementemente a ação militar
da Rússia à Ucrânia. Irei reunir com o ministro de Estado e dos Negócios
Estrangeiros, o ministro da Defesa Nacional e o chefe de Estado Maior
General das Forças Armadas. E solicitei ao senhor Presidente da
República reunião urgente do Conselho Superior de Defesa Nacional".Também
no Twitter, os presidentes do Conselho Europeu, Charles Michel, e da
Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, advertiram hoje que o Kremlin
será responsabilizado pelos seu atos."Vamos pedir contas ao Kremlin", escreveram Charles Michel e Ursula von der Leyen numa publicação conjunta nesta rede social."Condenamos
veementemente o ataque injustificado da Rússia à Ucrânia. Nestas horas
escuras, os nossos pensamentos estão com a Ucrânia e as mulheres, homens
e crianças inocentes que enfrentam este ataque não provocado e temem
pelas suas vidas", acrescentaram.Para hoje às 19:00 de Lisboa está marcada uma cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo da União Europeia.Na
quarta-feira à noite entraram em vigor as primeiras sanções da União
Europeia à Rússia, em reação ao reconhecimento da independência dos
territórios controlados por separatistas no leste da Ucrânia.O
Conselho Superior de Defesa Nacional é um órgão colegial específico de
consulta do Presidente da República, e presidido por este, para os
assuntos relativos à defesa nacional e à organização, funcionamento e
disciplina das Forças Armadas.Fazem
parte deste órgão o primeiro-ministro, os ministros de Estado e da
Defesa Nacional, Negócios Estrangeiros, Administração Interna, Finanças e
responsáveis pelas áreas da indústria, energia, transportes e
comunicações, o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas e os
chefes da Armada, do Exército e da Força Aérea.Integram
ainda o Conselho Superior de Defesa Nacional os representantes da
República e presidentes dos governos das regiões autónomas dos Açores e
da Madeira, o presidente da Comissão de Defesa Nacional da Assembleia da
República e mais dois deputados.Na
semana passada, questionado sobre um eventual envio de forças militares
portuguesas no quadro da NATO para países vizinhos da Ucrânia, Marcelo
Rebelo de Sousa recusou fazer qualquer comentário, mas recordou que esse
processo implica um "parecer prévio" do Conselho Superior de Defesa
Nacional."A
menos que haja uma urgência que justifique que se tome essa iniciativa
com o apoio do Presidente da República, que submete a ratificação na
reunião imediatamente seguinte do Conselho Superior de Defesa Nacional",
acrescentou o chefe de Estado na altura.A última reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional realizou-se em 26 de novembro, por videoconferência.Segundo
o comunicado divulgado na altura, nessa "sessão ordinária", foi dado
"parecer favorável, por unanimidade, aos ajustamentos de forças para
2021 e ao conjunto das propostas das forças nacionais destacadas para
2022, nomeadamente para as que têm financiamento assegurado".