PR considera que programa dá “primeiro passo” para discussão sobre modelo de gestão do SNS
Governo
4 de abr. de 2022, 12:07
— Lusa/AO Online
Falando à saída do 24.º Congresso
Nacional da Ordem dos Médicos, que decorreu na reitoria da Universidade
Nova de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado se considera que
deve ser aberta uma nova discussão sobre o modelo de gestão do Serviço
Nacional de Saúde (SNS). “O que digo é
que, como verão quando lerem o programa, é lá dado um passo, que eu
interpretei como um primeiro passo, o que significa que se abre aqui um
domínio interessante que é o de saber se, para o futuro, a forma como é
gerido o Serviço Nacional de Saúde, como um todo, não requer
ajustamentos”, respondeu Marcelo Rebelo de Sousa. O
chefe de Estado sublinhou que, no documento do executivo, é “proposto
um ajustamento”, havendo “soluções diferentes: a solução inglesa é
diferente, há soluções europeias continentais diferentes”. “É um tema importante, e o programa do Governo aflora esse tema ao falar numa realidade nova”, afirmou.Antes,
discursando na sessão de encerramento do 24.º Congresso Nacional da
Ordem dos Médicos, que teve como lema “Cenários para 2040 – A medicina
no tempo pós-covid”, Rebelo de Sousa considerou que, atualmente, se
“abre uma oportunidade única no domínio da saúde”. “Abre-se
uma oportunidade que poderemos ganhar ou perder – veremos isso daqui
por uns anos – de um novo começo no domínio da saúde. É uma oportunidade
que decorre do período vivido [de pandemia], da análise do período
vivido, das lições recolhidas desse período vivido, da participação, do
empenho, da solidariedade dos portugueses e da excelência, a vários
títulos única, dos médicos e demais profissionais de saúde”, frisou. Pouco
depois de ter ouvido as intervenções do secretário de Estado Adjunto e
da Saúde, António Lacerda Sales, e do bastonário da Ordem dos Médicos,
Miguel Guimarães, o Presidente afirmou que, tanto pelos discursos de
ambos, como pela sua leitura do programa do Governo, depreendeu que há
efetivamente “uma oportunidade para um novo começo, que não pode ser
desperdiçada”. “Ao ouvir aquilo que foi
dito por um e por outro, eu cheguei à conclusão – a que, aliás, já tinha
chegado ao ler o programa do Governo – de que, em 80% - não sei se 90%,
se 75% - daquilo que integra o programa do Governo, não é difícil
encontrar, em termos de diagnóstico e de pistas genéricas de solução,
caminho para o diálogo e entendimento”, vincou. O
chefe de Estado referiu assim que há “ideias”, “metas”, “valores” e um
“diagnóstico da situação vivida” que a “realidade tem transformado em
consensual”.“Depois há divergências – pode
haver divergências – mas há um espaço de diálogo imenso. Há escassez de
recursos? Há, e não vale a pena escamotear. E por isso é que é
fundamental saber como conjugar o que é preciso fazer no mais imediato, o que é preciso fazer a pensar no longo prazo e como compatibilizar uma coisa e outra”, indicou.