PR chinês visita Xinjiang, onde China é acusada de violar direitos humanos
15 de jul. de 2022, 11:36
— Lusa/AO Online
De acordo com a agência
noticiosa oficial Xinhua, Xi Jinping designou Xinjiang como “área –
chave” no projeto internacional de infraestruturas ‘Uma Faixa, Uma
Rota’. Esta iniciativa, lançada por Pequim, prevê a construção de
portos, linhas ferroviárias, autoestradas e centrais elétricas, abrindo
novas rotas comerciais entre Ásia, Europa e África.Tratou-se
da primeira visita de Xi à região, desde 2014. Aquela estadia ficou
marcada por um atentado à bomba, no último dia. Esse ano foi
particularmente sangrento, com outro ataque contra civis na cidade de
Urumqi e um terceiro na estação de Kunming, no sudoeste da China, que
resultaram em dezenas de mortos.Em 2009, Xinjiang foi palco de confrontos étnicos entre a maioria han e os uigures.As
autoridades lançaram então uma ampla campanha repressiva na região, que
resultou na detenção de mais de um milhão de uigures em centros de
doutrinação, de acordo com organizações de defesa dos Direitos Humanos.Vários
governos ocidentais classificaram a campanha na região, que dizem
incluir também “esterilizações e trabalho forçado”, como “genocídio
cultural”.Os Estados Unidos e a União
Europeia impuseram sanções contra funcionários responsáveis por
detenções extrajudiciais, separação de famílias e encarceramento de
pessoas por terem estudado no exterior ou terem contactos no
estrangeiro.Pequim negou aquelas
acusações, apontando que os campos são centros, onde os estudantes
recebem “educação e formação vocacionais”, com o objetivo de “eliminar o
meio social que gera terrorismo e extremismo religioso”.Xi
reuniu com líderes do Corpo de Produção e Construção de Xinjiang (XPCC,
na sigla em inglês), um órgão supra governamental que opera os seus
próprios tribunais, escolas e sistema de saúde, sob o sistema militar
imposto na região, após a ascensão do Partido Comunista ao poder, em
1949. Esta organização foi também alvo de sanções norte-americanas.O líder chinês “aprendeu sobre a história do XPCC no cultivo e guarda das áreas fronteiriças”, informou a Xinhua.Xinjiang
faz fronteira com a Rússia, Afeganistão e outros países da Ásia
Central, que a China procurou atrair para a sua órbita, por meio de
incentivos económicos e pactos de segurança.Durante
uma rara visita à China, realizada em maio passado, Michelle Bachelet,
alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, pediu a Pequim que
evite medidas “arbitrárias” em Xinjiang.