PR chinês define combate ao surto como “tarefa primordial” de Hong Kong
Covid-19
16 de fev. de 2022, 12:07
— Lusa/AO Online
Segundo
Wen Wei Po, jornal pró Pequim de Hong Kong, Xi deu pessoalmente
instruções e orientou o vice-primeiro-ministro Han Zheng a expressar à
chefe executiva de Hong Kong, Carrie Lam, o alto nível de preocupação
que os líderes do Partido Comunista Chinês têm face ao surto na cidade.Zheng
enfatizou que o governo de Hong Kong “deve assumir seriamente a
principal responsabilidade e considerar a rápida estabilização e
controlo da epidemia como a atual tarefa primordial” para Lam, de acordo
com o jornal.O vice-primeiro–ministro
disse que as agências do governo central da China e a província vizinha
de Guangdong fornecerão a Hong Kong recursos para combater o surto,
incluindo testes rápidos de antigénio, conhecimento médico e
suprimentos.Hong Kong está a enfrentar o
seu pior surto desde o início da pandemia, superando os 2.000 novos
casos de covid-19 por dia esta semana.O
governo local instituiu regras rígidas, proibindo encontros com mais de
duas pessoas. As unidades de saúde estão a começar a transbordar,
forçando o Centro Médico Caritas da cidade a tratar alguns pacientes em
camas colocadas fora do edifício.A China
conseguiu controlar o vírus dentro das suas fronteiras, mantendo uma
política rígida de “tolerância zero”, que envolve bloqueios totais e
testes em massa da população local quando é detetado um surto. Hong
Kong também tem aderido a esta política, apesar das diferenças entre a
região administrativa especial da China e o continente chinês. Pequim
não permitirá que as fronteiras de Hong Kong com o continente sejam
reabertas, a menos que a cidade atinja e mantenha zero casos de
covid-19.Na semana passada, todo o bairro
de luxo de Discovery Bay foi submetido a testes, depois de as
autoridades encontrarem vestígios do vírus no esgoto.As
pessoas que testam positivo e tenham sintomas graves são obrigadas a
ficar em quarentena em hospitais, ou em instalações administradas pelo
governo, para sintomas leves ou mesmo sem sintomas.O novo número recorde de casos é impulsionado pela variante Ómicron, que é altamente contagiosa.A
cidade-estado de Singapura, de tamanho semelhante a Hong Kong, adotou
medidas rígidas de bloqueio no início da pandemia, mas agora está a
seguir a tendência global de coexistência com o vírus. O
número de novos casos ‘per capita’ na cidade disparou com a Ómicron,
com 1.911 novos casos por milhão de pessoas relatados na segunda-feira,
contra 66 por milhão em Hong Kong, segundo os números oficiais. Mas
as pessoas com teste positivo que não apresentam sintomas ou apenas
sintomas leves precisam apenas de cumprir quarentena em casa. Mesmo
aqueles que apresentam sintomas mais graves são orientados a consultar
um médico antes de irem ao hospital.Singapura
evitou assim pressionar o seu sistema de saúde. O país também possui
uma das maiores taxas de vacinação do mundo, com 88% da sua população
totalmente vacinada, em comparação com 64% em Hong Kong.