PR chinês admite melhoria da qualidade de vida face a declínio demográfico
28 de nov. de 2024, 10:30
— Lusa/AO Online
No
artigo, difundido na revista Qiushi, a principal publicação do Partido
Comunista Chinês sobre teoria política, Xi afirmou que a decisão de
implementar a política de filho único foi correta, uma vez que permitiu
conter eficazmente o crescimento excessivo da população e impulsionar o
desenvolvimento da China.“O nosso país
completou em décadas o processo de industrialização que levou centenas
de anos aos países desenvolvidos, resultando numa rápida transição
populacional e numa redução precoce da população”, escreveu.Reconhecendo
que a redução da população pode ter “efeitos adversos”, incluindo
diminuição da mão-de-obra disponível e queda no consumo e investimento, o
líder chinês destacou os “efeitos positivos”, como a redução da pressão
sobre os recursos e a transição para um modelo económico focado na
qualidade.“É de notar que o dividendo
demográfico está relacionado não só com a quantidade e a estrutura da
população, mas também com a qualidade da população, as políticas
económicas e as medidas de apoio”, sublinhou.“O
nível de educação da população continua a aumentar e o dividendo
demográfico abrangente ainda tem vantagens significativas”, indicou.A
população chinesa diminuiu em dois milhões de pessoas em 2023, a
segunda queda anual consecutiva, face à descida dos nascimentos e
aumento das mortes. Em 2022, quando se deu o primeiro declínio desde
1961, a China perdeu 850 mil habitantes.Desde
que abandonou a política do filho único, em 2016, a China tem procurado
encorajar as famílias a terem um segundo ou até terceiro filho, mas com
pouco sucesso. O maior custo de vida e com a saúde e educação das
crianças e uma mudança nas atitudes culturais que privilegia famílias
menores estão entre os motivos citados para o declínio nos nascimentos.Em
2050, a ONU previu que 31% dos chineses terão 65 anos ou mais. Em 2100,
essa percentagem será de 46%. A ONU estimou que a população da China
desça dos atuais 1,4 mil milhões para 639 milhões, até ao final deste
século, uma queda bem mais acentuada do que os 766,7 milhões previstos
há apenas dois anos.Xi Jinping pediu aos
quadros do Partido Comunista um “desenvolvimento económico e social de
alta qualidade através de um desenvolvimento demográfico de alta
qualidade”.“Ao promover um desenvolvimento
populacional de alta qualidade, vamos construir uma base de recursos
humanos de alto calibre, acelerar a formação de um novo padrão de
desenvolvimento e concentrarmo-nos na promoção de um desenvolvimento de
alta qualidade”, frisou.O líder chinês destacou a educação, saúde e “qualidade moral” como pilares para uma população de “alta qualidade”.“Temos
de melhorar de forma abrangente a qualidade científica e cultural da
população. Aumentar o nível de educação e a média de anos de
escolaridade da população ativa. Otimizar os níveis e os tipos de ensino
superior, as disciplinas académicas, as estruturas profissionais e as
estruturas de cultivo de talentos, e acelerar a construção de um sistema
moderno de ensino profissional”, frisou.O
líder chinês enfatizou ainda a importância de “promover o crescimento
saudável das crianças” e “reforçar a gestão da saúde no que se refere às
principais doenças crónicas e aumentar a esperança de vida saudável”.“Devemos
elevar de forma abrangente a qualidade ideológica e moral da população.
Utilizar os valores fundamentais socialistas para moldar as almas e
educar as pessoas, reforçar a construção da integridade, promover o
espírito de trabalho e de luta e melhorar os padrões morais e a
civilidade de toda a população”, apontou.