PPM teme que ilha do Corvo tenha "Natal triste" com falta de mercadorias
Açores/Mau tempo
26 de nov. de 2019, 17:14
— Lusa/AO Online
Em conferência de
imprensa na cidade da Horta, na ilha do Faial, Paulo Estêvão - eleito
pela ilha do Corvo - sublinhou que o abastecimento previsto para esta
semana "já não se realizará" e que, assim sendo, a mais pequena ilha dos
Açores está "desde o dia 15" deste mês sem receber novos produtos."O
Natal é uma época de muito consumo e o estado do mar [atualmente] não
permite muitas janelas de oportunidade. Estamos numa época em que o
abastecimento é muito difícil", acrescentou o parlamentar.O
Porto do Corvo, ao contrário do sucedido com o maior destes
equipamentos na "ilha irmã" das Flores, não foi afetado pelo furacão
"Lorenzo", e poderia, acredita Paulo Estêvão, "funcionar como
entreposto" para o fornecimento às Flores, recebendo produtos e
materiais a partir do Faial.O monárquico
abordou ainda a problemática da construção civil no Corvo, com as
empresas, realçou, a "poderem ter de efetuar despedimentos" por não
receberem material.O Governo dos Açores
disse que, se as condições meteorológicas o permitirem, haverá em
breve novidades sobre que navio poderá abastecer as Flores, sendo este
agora o "objetivo prioritário", quase dois meses após a passagem do
furacão "Lorenzo"."O objetivo prioritário
do Governo [Regional] é normalizar a situação de abastecimento às ilhas
das Flores e do Corvo. Resolvida esta parte, é a partir daí que tudo se
normaliza", declarou o presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro.O
governante falava na Assembleia Legislativa Regional, no debate sobre o
Plano e Orçamento, e respondia a questões dos deputados do PSD Bruno
Belo e do PPM Paulo Estêvão sobre o abastecimento à ilha das Flores e
também do Corvo, ilhas severamente afetadas pela passagem do "Lorenzo"
no início de outubro.Vasco Cordeiro espera
que esta semana fiquem concluídos os trabalhos no porto das Lajes das
Flores, destruído com a intempérie, para perceber que área acostável
ficará disponível e, a partir daí, analisar que tipo de navio se vai
contratar e que comprimento e carga poderá este ter."Será
em função dos dados que resultem deste trabalho que é possível avaliar
que navio é que pode operar ali", acrescentou o governante, que diz que
somente após edital do capitão do Porto da Horta se poderá avançar para a
fase seguinte."Ainda não estamos em situação de normalidade", reconheceu o presidente do Governo dos Açores.O
PSD dos Açores, à imagem do que o deputado social-democrata na
Assembleia da República Paulo Moniz havia já feito, embora dirigindo-se
ao primeiro-ministro, questionou Vasco Cordeiro sobre a possibilidade de
criação de um regime de exceção, na sequência do furacão "Lorenzo", de
isenção do pagamento de contribuições à Segurança Social para empresas e
trabalhadores independentes nas Flores e Corvo.O
governante declarou confiança no ultrapassar do problema, mas os
sociais-democratas vincam que esse regime de exceção deveria entrar em
vigor o quanto antes.Durante a passagem do
“Lorenzo” pelos Açores, em outubro, foram registadas 255 ocorrências e
53 pessoas tiveram de ser realojadas.O
furacão causou a destruição total do porto das Lajes das Flores,
estimando-se que o prejuízo registado possa ascender, neste caso em
concreto, a mais de 190 milhões de euros.No total, o mau tempo provocou prejuízos de cerca de 330 milhões de euros no arquipélago, segundo o Governo Regional dos Açores.O
presidente do executivo regional, Vasco Cordeiro, reiterou na
quarta-feira apreço pela solidariedade demonstrada pelo Governo da
República, que assumirá financeiramente um total de 85% dos estragos
causados.