PPM quer SATA e Governo Regional no parlamento para explicar falhas na operação de Natal
23 de dez. de 2019, 15:43
— Lusa/AO Online
"Dada a gravidade das situações
ocorridas, a representação parlamentar do PPM decidiu chamar à Comissão
de Economia a secretária regional dos Transportes e Obras Públicas e um
representante do conselho de administração do Grupo SATA em funções,
para que os mesmos expliquem as enormes falhas ocorridas na operação
aérea montada pela SATA no período que antecedeu o Natal e o fim de
ano", lê-se em nota de imprensa assinada pelo deputado único do partido
na assembleia dos Açores, Paulo Estêvão. No
comunicado, o PPM assinala que a SATA atribui os "enormes
constrangimentos" às más condições atmosféricas e ao impacto da greve
decretada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil.Os
monárquicos destacam que esses fatores "não explicam tudo", criticando a
falta de "assistência" prestada e os "longos períodos de espera",
denunciando o caso de uma aeronave que partiu com "dezenas de lugares
vazios", enquanto "deixava em terra os passageiros do voo anteriormente
cancelado".O PPM afirma que algumas
situações foram tão graves que provocaram "autênticos motins" por parte
dos passageiros, que obrigaram a intervenção policial e afetaram outras
ligações da SATA. "O Governo Regional e o
grupo SATA têm de ser confrontados com as suas responsabilidades neste
processo. Nem tudo o que aconteceu nos últimos dias está relacionado com
a greve e o mau tempo. Existiu uma descoordenação brutal em
variadíssimos aspetos da atividade da transportadora aérea", lê-se. O
partido critica o "longo período de transição" até à tomada de posse do
novo presidente da SATA, Luís Rodrigues, que está prevista para o
início do próximo ano. O PPM considera
como uma decisão "errada" o período em que o novo presidente da SATA
acumulará as funções com as de docência numa faculdade em Lisboa,
classificando-o como um "part-time". "[O
período de transição e 'part-time'] Prejudica gravemente a companhia e
apenas beneficia o interesse pessoal do máximo responsável do Grupo
SATA. Trata-se de uma opção errada por parte do Governo Regional",
afirma.No passado fim de semana, a SATA
cancelou 23 voos inter-ilhas, devido à greve dos técnicos de manutenção
de aeronaves da SATA Air Açores (ramo da SATA responsável pelas ligações
entre as ilhas do arquipélago), sendo que alguns voos abrangidos pelos
serviços mínimos obrigatórios (um voo Horta/Flores /Horta e um voo
Terceira/Pico) não se realizaram devido às condições meteorológicas. Mais
de 160 passageiros foram afetados durante uma greve em que os técnicos
de manutenção de aeronaves exigem uma "valorização profissional" das
carreiras, enquanto a administração da companhia área considera as
reivindicações apresentadas como "incomportáveis". O
grupo SATA fechou 2018 com um prejuízo de 53,3 milhões de euros e o
relatório de contas do primeiro semestre de 2019 dá conta de prejuízos
de 26,9 milhões de euros na Azores Airlines e de 6,6 milhões na SATA Air
Açores.