PPM diz que Marcelo devia ter palavra de exigência para com Governo dos Açores
31 de dez. de 2019, 13:24
— Lusa/AO Online
Para o deputado do
Partido Popular Monárquico (PPM) no parlamento dos Açores, Paulo
Estêvão, não tem havido de Marcelo Rebelo de Sousa uma "chamada de
atenção mais objetiva" ao executivo regional sobre o tema, "e neste caso
exige-se porque de facto o sistema logístico montado não está a
funcionar".O parlamentar eleito pelo Corvo
falava aos jornalistas na ilha mais pequena dos Açores horas antes de o
Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aterrar para passar o
ano junto dos corvinos.A problemática do
abastecimento ao grupo ocidental dos Açores - ilhas das Flores e do
Corvo - sucede depois da destruição total do porto das Lajes das Flores
na sequência passagem do furacão Lorenzo pelos Açores em outubro.Para
Paulo Estêvão, o Presidente da República "tem competências vastíssimas
no que diz respeito às regiões autónomas", e neste caso deveria colocar
em cima da mesa "o mesmo tipo de exigências que colocou noutras crises e
situações no território continental".Marcelo,
acrescentou o monárquico, tem tido "uma relação de grande proximidade
com o Governo Regional e tem sido sempre muito protocolar".O
anúncio da passagem de ano do chefe de Estado no Corvo foi, contudo,
encarado pelo deputado como uma "preocupação genuína" com as pessoas e
com o facto de a "normalidade" não ter sido ainda reposta.O
PPM sublinha que a ilha do Corvo "não recebe um navio de abastecimento
desde o dia 06 de dezembro", e "algumas dificuldades" têm sido superadas
"por via aérea", mas tal solução é "residual e caríssima para quem o
fizer sem o apoio" do executivo açoriano.Na
segunda-feira, e falando em Ponta Delgada, a secretária regional com a
tutela dos Transportes e Obras Públicas, Ana Cunha, declarou que o
executivo açoriano continua a acompanhar diariamente o abastecimento às
ilhas do grupo ocidental."Esta é uma
preocupação que nos acompanha todos os dias", frisou Ana Cunha,
reconhecendo que existe nesta altura um atraso no abastecimento, já que o
último abastecimento às Flores foi feito há cerca de 15 dias.E prosseguiu: "Por razões meteorológicas, o tráfego local não conseguiu operar nestes últimos dias".Os
prejuízos provocados pelo Lorenzo ascenderam a 330 milhões de euros,
190 milhões dos quais em resultado da destruição total do porto das
Lajes das Flores.O Governo da República
anunciou pouco depois o compromisso de assumir 85% do valor dos
prejuízos, ficando o restante a cargo do executivo dos Açores e da
comparticipação comunitária.O executivo
aprovou também um decreto-lei que estabeleceu medidas excecionais de
contratação pública por ajuste direto a propósito dos danos provocados
pela passagem do furacão.