PPM condena “uso de meios públicos na campanha eleitoral”
Açores/Eleições
16 de out. de 2020, 10:41
— Lusa/AO Online
O líder regional monárquico, Paulo
Estêvão, reiterou a sua oposição em relação à “situação absolutamente
irregular por parte do Governo [Regional]”, sublinhando que o executivo
se serviu da Autoridade Tributária e Aduaneira para fazer chegar aos
contribuintes açorianos um ‘email’ com informação acerca das eleições
regionais.Em declarações aos jornalistas
no âmbito de uma ação de campanha na Fajã de Baixo, em Ponta Delgada, o
também candidato pelo círculo eleitoral do Corvo referiu ainda que “o
Governo tem vindo a utilizar os meios públicos no âmbito da campanha
eleitoral”, mas “deve abster-se de praticar estes atos”.O
comentário surge depois de ter sido conhecida a posição da Comissão
Nacional de Eleições (CNE) sobre queixas de "mais de duas dezenas de
cidadãos" a propósito de um 'email' enviado pela Autoridade Tributária
(AT) sobre o processo de voto em mobilidade para as próximas regionais
de 25 de outubro, assinado pelo Governo dos Açores e apresentando a
mensagem "O futuro dos Açores está nas suas mãos".A
entidade determina à AT "que se abstenha de intervir, por qualquer
forma, nos processos eleitorais, seja porque tal intervenção não é
legitimada por nenhuma norma de direito eleitoral, seja ainda e
acessoriamente por força do que comanda o princípio da especialidade das
competências administrativas".No que
refere ao Governo dos Açores, a CNE reitera o que já havia transmitido
ao vice-presidente do executivo socialista, Sérgio Ávila: o executivo
"está sujeito a especiais deveres de neutralidade e imparcialidade" e
não pode emitir documentos "à exceção" dos previstos na lei nestes
momentos eleitorais.Paulo Estêvão alertou
ainda para o facto de que “as listas das pessoas que vão votar e que se
inscreveram para o voto antecipado em mobilidade são agora entregues ao
governo”, e sublinhou que o executivo socialista “não as deve transmitir
ao Partido Socialista”.O deputado único
do PPM à Assembleia Legislativa Regional pede, por isso, a “absoluta
garantia de que essa lista não será divulgada ao Partido Socialista e de
que as entidades são absolutamente neutrais”.As
legislativas dos Açores estão marcadas para 25 de outubro, com 13
forças políticas candidatas aos 57 lugares da Assembleia Legislativa
Regional: PS, PSD, CDS-PP, BE, CDU, PPM, Iniciativa Liberal, Livre, PAN,
Chega, Aliança, MPT e PCTP/MRPP. Estão inscritos para votar
228.999 eleitores.No arquipélago, onde o
PS governa há 24 anos, existe um círculo por cada uma das nove ilhas e
um círculo de compensação, que reúne os votos não aproveitados para a
eleição de parlamentares nos círculos de ilha.O PS foi antecedido pelo PSD, que liderou o executivo regional entre 1976 e 1996.Com
a alteração à Lei Eleitoral da Assembleia Legislativa dos Açores,
promulgada pelo Presidente da República em 21 de agosto, os eleitores
passam a poder exercer o seu direito de voto de forma antecipada, por
mobilidade, também nas eleições regionais, algo que até agora era
permitido apenas nas eleições presidenciais, legislativas nacionais e
europeias.Para o efeito, vão ser criadas
mesas de voto nas câmaras municipais da sede de distrito, em Portugal
continental; uma por concelho, nas 19 câmaras municipais, nos Açores;
uma na Câmara Municipal do Funchal e outra na Câmara Municipal do Porto
Santo, na Região Autónoma da Madeira e os eleitores em mobilidade vão às
urnas já este domingo.