PPM acusa Governo Regional de gestão "casuística" no abastecimento
9 de jan. de 2020, 10:35
— Lusa/AO Online
Em nota de imprensa, Paulo Estêvão advoga que
o executivo açoriano, liderado pelo socialista Vasco Cordeiro, “não
tinha nenhum plano de contingência preparado para assegurar o
abastecimento aéreo das ilhas do grupo ocidental", Flores e Corvo, após a
passagem do furacão Lorenzo e as más condições do mar, agindo "sob
forte pressão da opinião pública das duas ilhas”.O
deputado da Assembleia Legislativa Regional adianta que ainda não
obteve, por parte do executivo insular, resposta aos requerimentos sobre
os contratos realizados com as empresas de transporte marítimo de
mercadorias para assegurar o abastecimento ao grupo ocidental do
arquipélago.Segundo a nota, “o PPM assume,
na falta de resposta, que o Governo Regional não assegurou as condições
contratuais necessárias para assegurar a efetiva realização das
ligações marítimas sempre que as condições do estado do mar o permitam”.“Estamos
até convencidos de que não existem contratos e que tudo está a ser
feito de forma casuística e caótica, ativando apenas as respostas sempre
que existe maior pressão por parte da opinião pública”, sustenta.O
Corvo está sem abastecimento por via marítima desde 06 de dezembro e as
Flores desde 13 de dezembro de 2019, refere o parlamentar, reiterando
que a situação merecia “uma intervenção firme do Presidente da
República” - que fez a passagem de ano no Corvo - “junto do Governo
Regional, no sentido de exigir maior eficiência e empenho ao executivo
na resolução da questão”.Para Paulo
Estêvão, o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, “preferiu ignorar
olimpicamente o assunto e colar-se ao Governo Regional”.
“O fornecimento de bens às ilhas do grupo ocidental está a falhar a
todos os níveis devido à falta de empenho e eficácia do Governo Regional
na resolução desta matéria”, acusa o deputado monárquico, apontando que
“a embarcação ‘Malena’ se destina unicamente a abastecer a ilha das
Flores e que a infraestrutura portuária da ilha do Corvo não possui as
condições necessárias para que a mesma aí possa atracar”.
O PPM junta-se às várias vozes da oposição no parlamento açoriano que
alertaram, na terça-feira, para a falta de bens nas duas ilhas e pediram
medidas extraordinárias ao executivo açoriano.Ainda
durante esta semana, "na quinta ou na sexta-feira", a Força Aérea
levará cinco toneladas de mercadoria para a ilha das Flores,
particularmente fustigada pela passagem do furacão Lorenzo. Já a Marinha
está a tratar da "logística" para fazer uma viagem entre a Terceira e
as Flores, e transportar 25 toneladas de bens, anunciou hoje o diretor
regional dos Transportes, Pedro Silva.A
passagem do furacão Lorenzo pelos Açores, em outubro de 2019, causou a
destruição total do Porto das Lajes das Flores, o que colocou em risco o
abastecimento ao grupo ocidental.Foram
registadas 255 ocorrências e 53 pessoas tiveram de ser realojadas, num
total de cerca de 330 milhões de euros de prejuízo, segundo o Governo
Regional.