PPM/Açores questiona executivo sobre grupo de trabalho do subsídio de mobilidade
28 de out. de 2019, 15:55
— Lusa/AO Online
Em requerimento enviado à mesa da Assembleia
Legislativa Regional dos Açores, o parlamentar quer saber quem são os
membros que integram o referido grupo de trabalho desde março de 2017,
altura em que foi criado, ter acesso a cópia do despacho de nomeação ou
“outro documento equivalente que estabeleça a composição do grupo de
trabalho e as suas competências”.Paulo Estevão quer ainda uma cópia de “toda a documentação e análise entretanto produzida pelo grupo de trabalho já referido.O
deputado, a propósito da Resolução do parlamento dos Açores de 17 de
outubro de 2019, relativa a esta matéria, refere que “não se vê como
pode ser analisado o modelo do subsídio social de mobilidade ao abrigo
do grupo de trabalho anual", uma vez que a legislação que enquadra o seu
funcionamento e competências, o Decreto-Lei n.º 41/2015, de 24 de
março, "apenas estabelece que o valor daquele subsídio é revisto
anualmente, ouvidos os órgãos de governo próprio dos Açores”.Esta
audição, continua a citar o deputado, é feita “com base numa avaliação
das condições de preço, procura e oferta nas ligações aéreas abrangidas
pelo presente decreto-lei e da respetiva utilização pelos passageiros
beneficiários”.Paulo Estevão, ainda com
base na resolução, cita que a avaliação “deve ser efetuada em conjunto
pela IGF [Inspeção-Geral de Finanças] e pelo INAC, I.P., no decurso dos
primeiros três meses de cada ano, a fim de habilitar os membros do
Governo responsáveis pelas áreas das finanças e do transporte aéreo a
decidir sobre o valor a atribuir aos beneficiários a partir do início do
mês de abril de cada ano”.Para o deputado
do PPM/Açores, conclui-se que o grupo de trabalho “existente à luz do
Decreto-Lei n.º 41/2015, de 24 de março, não tem competência legal, nem o
propósito, para estudar e propor alterações ao subsídio social de
mobilidade”, sendo que “teria de existir um grupo de trabalho
especificamente nomeado e indigitado para o efeito".O
primeiro-ministro, António Costa, disse em setembro de 2019, numa
entrevista ao Diário de Notícias da Madeira, que pretende transferir
para as regiões autónomas a gestão de uma verba para o pagamento do
subsídio social de mobilidade.O líder do
executivo considerou que o atual modelo “é um esquema completamente
absurdo, ruinoso para as finanças públicas, uma despesa que subiu de 14
milhões de euros para 70 milhões de euros, que não beneficia nenhum
residente nas regiões autónomas”.Nos
Açores, o modelo de subsídio de mobilidade define que, nas viagens entre
a região e o continente, haja reembolso para os residentes no
arquipélago no montante entre a diferença do bilhete comprado e o valor
máximo de 134 euros por viagem de ida e volta.Para viagens entre os Açores e a Madeira, o montante em causa é de 119 euros.