PPM/Açores promete cumprir o acordo e coligação eleitoral com PSD e CDS-PP
14 de mar. de 2023, 13:57
— Lusa/AO Online
“Há um
acordo. O acordo que foi negociado com o PSD, o CDS e o PPM prevê que os
partidos concorram às próximas eleições legislativas [regionais]. Foi
essa a condição que me fez assinar o acordo”, afirmou Paulo Estêvão,
questionado sobre se os partidos que integram o Governo dos Açores
(PSD/CDS-PP/PPM) vão concorrer coligados às próximas eleições regionais.“Espero que todos cumpram com o acordo. O PPM vai cumprir o acordo”, acrescentou.O
líder monárquico, que falava em conferência de imprensa realizada em
Ponta Delgada a propósito do abastecimento ao grupo Ocidental do
arquipélago, aludia ao acordo de governação firmado em 2020 entre
PSD/CDS-PP/PPM e que prevê uma aliança eleitoral nas próximas eleições
regionais.Na quarta-feira, o deputado
único da IL no parlamento açoriano, Nuno Barata, rompeu o acordo de
incidência parlamentar de suporte ao Governo dos Açores, chefiado pelo
social-democrata José Manuel Bolieiro, e depois o independente Carlos
Furtado, ex-Chega, também rompeu com esse acordo.Na
sexta-feira, os dois deputados admitiram negociar “ponto a ponto” com o
Governo dos Açores para manter a estabilidade governativa na região.Na
sequência da decisão, figuras do PSD criticaram o peso de CDS-PP e PPM
no interior do governo açoriano, como o caso do militante histórico
social-democrata Vasco Garcia que, em declarações à Lusa na
quinta-feira, considerou que o PSD/Açores deveria ter “marcado terreno”
na coligação.Paulo Estêvão acusou os
“históricos” do PSD de serem “maus treinadores de bancada”, lembrando
que o PS continua a ser o maior partido na Assembleia Regional.“O
PSD só governa porque o PPM e CDS-PP o apoiaram. Porque já tinha 24
anos de oposição e continuaria na oposição. As personalidades que têm
vindo a público dentro do PSD a fazer críticas são as mesmas que ao
longo de 24 anos perderam todas as eleições”, criticou.O
monárquico elogiou a “lealdade tremenda” do presidente do Governo
Regional e rejeitou qualquer “ingerência” na ação dos governantes.“Não
há nenhuma ingerência. Há evidentemente, por parte do CDS-PP e PPM,
presença. Numa coligação há presença no governo. Mas há um responsável e
um líder que é o presidente do Governo Regional”, destacou.Para
Paulo Estêvão, o rompimento do acordo por parte da IL e independente
não apresenta “nenhuma alteração da situação que já se vivia” na região.“O
Chega já rompeu o acordo e o que é que aconteceu? Começou a negociar
caso a caso. O deputado independente e o da IL dizem que vão negociar
caso a caso. Isso é alguma alteração em relação à situação preexistente?
Não. Já era assim”, afirmou.Acusando a IL
de “irresponsabilidade”, Estêvão lembrou que o executivo açoriano
apresentou nesta legislatura 41 diplomas no parlamento regional, sendo
que 40 foram aprovados.“O deputado [da IL]
não resiste a tentar um protagonismo político. Achou que a saída do
secretário da Saúde fragilizava o governo e achou que aquele era o
momento para aparecer com este número de circo. Isto é um número de
circo”, reforçou.Os três partidos que
integram o Governo Regional (PSD, CDS-PP e PPM) têm 26 deputados na
assembleia legislativa e contam agora apenas com o apoio parlamentar do
deputado do Chega, José Pacheco, somando assim 27 lugares num total de
57, pelo que perdem a maioria absoluta.