PPM/Açores diz que recurso ao endividamento no Orçamento para 2025 é inevitável
17 de set. de 2024, 08:56
— Lusa/AO Online
“O
conjunto de investimento que é necessário realizar nas áreas produtivas,
a execução plena do PRR, as necessidades crescentes do setor da saúde e
educação e área social tornam, a nosso ver, inevitável, o recurso ao
endividamento”, afirmou Manuel São João aos jornalistas.O
dirigente do PPM, partido que integra o Governo dos Açores
(PSD/CDS-PP/PPM), falava na sede da Presidência, em Ponta Delgada, após
uma reunião com o líder do executivo açoriano, que está a receber os
partidos e organizações a propósito do Plano e Orçamento para 2025.Nos últimos Orçamentos, o Governo dos Açores adotou uma política de endividamento zero.Para
2025, o PPM considerou ser necessário o “recurso ao endividamento” para
“dar resposta às necessidades extraordinárias que a região
presentemente enfrenta”, defendendo que esse endividamento não deverá
“aumentar substancialmente” o valor da dívida face à percentagem do
Produto Interno Bruto (PIB).“O recurso ao
endividamento, considerando o forte crescimento do PIB regional, não
deverá aumentar substancialmente o endividamento da região em
percentagem de PIB”, advogou.Manuel São
João, ex-secretário regional do Mar e Pescas, defendeu uma “ampla
reforma no âmbito dos transportes”, a “melhoria dos caminhos agrícolas”,
a “continuação dos investimentos nas infraestruturas da pesca como a
completa renovação da rede de frio” e a construção de gares marítimas
nas Flores e Corvo.Alertando para o
“estado de carência” da comunicação social regional, o dirigente
destacou o investimento de dois milhões de euros para o programa de
apoios à imprensa privada.Questionado pela
abertura do PS para viabilizar o Orçamento dos Açores para 2025, Manuel
São João garantiu que o partido não vai estar sujeito a “imposições”.“Não estaremos, pelo menos da parte do PPM, sujeitos a linhas vermelhas e imposições por parte do PS”, avisou.Na
ocasião, o representante do PPM alertou para a “urgência” na elaboração
de uma nova Lei de Finanças Regionais, sugerindo ao Governo da
República a implementação da lei anterior que vigorava antes do programa
de assistência internacional a Portugal.“Ao
menos que exista a repristinação da anterior Lei de Finanças Regionais
já em sede de Orçamento do Estado para 2025, o que iria provocar já mais
algum desafogo, tendo em que conta que a anterior lei era muito mais
favorável às regiões autónomas do que esta que foi introduzida aquando
da ‘troika’”, vincou.O executivo saído das
eleições legislativa antecipadas de 04 de fevereiro Governa a região
sem maioria absoluta no parlamento açoriano e, por isso, necessita do
apoio de outro partido ou partidos com assento parlamentar para aprovar
as suas propostas.No sufrágio de
fevereiro, PSD, CDS-PP e PPM elegeram 26 deputados, ficando a três da
maioria absoluta. O PS é a segunda força no arquipélago, com 23
mandatos, seguido do Chega, com cinco. BE, IL e PAN elegeram um deputado
regional cada, completando os 57 eleitos.