PPM/Açores diz que foi produzida para a SATA a "melhor proposta possível"

12 de fev. de 2021, 13:49 — Lusa/AO Online

“O documento que me foi apresentado pareceu-me credível, mas a verdade é que todos os planos de negócios que acompanhei e analisei ao longo dos últimos anos falharam estrondosamente nas projeções que realizaram. Alguns dos pressupostos mais relevantes que integram o documento partem do princípio de que existirá, a curto e médio prazo, uma evolução positiva do quadro sanitário e económico”, declarou Paulo Estêvão, questionado pela Lusa.Os partidos com assento parlamentar estiveram na quinta-feira, em Ponta Delgada, juntamente com o presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, na apresentação por parte do Conselho de Administração da SATA do plano de reestruturação para o período 2021-2025.O dirigente do PPM - partido que integra com o PSD e o CDS-PP a coligação de governo dos Açores - salvaguardou que o “quadro internacional, assim como a evolução político-económica do país, nomeadamente no âmbito da evolução positiva do turismo, está dependente de muitos imponderáveis”.“Considero, por tudo isto, que é mais avisado esperar pelos resultados. Existem tendências e boas perceções. Não existem garantias absolutas”, frisou.Questionado sobre se com este documento de trabalho, estão garantidas condições para que as negociações com a Comissão Europeia conheçam o caminho do sucesso, Paulo Estêvão disse que o atual Conselho de Administração da SATA “integra gestores experientes no âmbito da aviação civil”, daí que acredite que “produziram a melhor proposta possível, tendo em conta as circunstâncias muito difíceis com que foram confrontados”.“Os governos socialistas deixaram a SATA à beira do colapso. A negociação prossegue. Vamos aguardar a evolução do processo de negociação com a União Europeia e avaliar no final. A sobrevivência da SATA e o seu controlo pela região não é negociável. A empresa tem uma importância fulcral para os Açores”, concluiu o líder do PPM/Açores.O plano de reestruturação da transportadora açoriana SATA prevê o regresso aos lucros em 2023, com o presidente da administração da empresa a mostrar confiança em que, a partir desse ano, a operação seja "sustentável"."Se conseguirmos concretizar tudo como temos planeado, por um lado, e se não houver um agravamento das condições pandémicas ou outras coisas quaisquer que possam vir a surgir, as iniciativas confluem para que 2023 seja, de facto, um ano de inversão e a operação se torne sustentável a partir daí", declarou na quinta-feira o presidente da transportadora, Luís Rodrigues.No plano, é estimada para este ano uma perda de 28 milhões de euros, em 2022 o resultado deverá andar perto do zero e, em 2023, já são admitidos lucros na casa dos 23 milhões de euros.O plano de reestruturação prevê, até 2025, poupanças totais de 68 milhões de euros.Luís Rodrigues adiantou os "quatro pilares" que levarão às referidas poupanças: a reestruturação da frota, a eficiência operacional, a negociação com fornecedores e a agilização do trabalho.Na agilização do trabalho, a administração incorporou campos como a redução salarial, que será, no seguimento de negociações com sindicatos, de 10%, ou a "rescisão negociada de trabalhadores".O corte de 10% será aplicado aos vencimentos acima dos 1.200 euros brutos mensais.Já no que se refere à saída dos trabalhadores, o gestor declarou que saíram já, em regime de reformas antecipadas ou pré-reformas, um total de 48 quadros, sendo esperadas mais 100 saídas até 2023.