PPM/Açores denuncia "fortes restrições" no abastecimento de mercadorias na ilha do Corvo
24 de out. de 2019, 14:38
— Lusa/AO Online
“A ilha está submetida
a fortes condicionamentos ao nível do abastecimento marítimo de bens e,
tal como as Flores, impera no Corvo um regime de racionamento de
combustível. Não chegou qualquer abastecimento de produtos congelados
desde o início do mês – e a dependência da ilha do Corvo é muito grande a
este nível –, não chegaram materiais para a construção civil, que já se
debate com graves dificuldades, e existem fortes restrições ao nível de
todas as outras mercadorias”, adiantou, em comunicado de imprensa.Segundo
o deputado regional do PPM, “as instalações portuárias da ilha do
Corvo ficaram intactas” após a passagem do furacão “Lorenzo” pelos
Açores, no início do mês, e a barra do Porto da Casa acabou de ser
ampliada de 60 para 100 metros, mas o abastecimento marítimo de
mercadorias à ilha continua “dependente, do ponto de vista logístico,
[da ilha] das Flores”.“Isto não faz
qualquer sentido, tendo em conta a destruição quase total do porto das
Lajes das Flores e os fortes condicionalismos a que o mesmo está
submetido”, salientou, alegando que os transitários estão a ser
informados de que “devem enviar para as Flores as mercadorias que têm
como destino final a ilha do Corvo, para aí serem rodadas para a ilha do
Corvo”.Paulo Estêvão acusou o Governo
Regional, liderado pelo socialista Vasco Cordeiro, de ceder a
“interesses empresariais que dependem deste negócio de cabotagem”.“Esta
situação é aceitável, tendo em conta que não existe neste momento
capacidade sequer para abastecer convenientemente a ilha das Flores? A
manutenção da dependência logística da ilha do Corvo em relação à ilha
das Flores constitui um completo absurdo nas condições atuais”, frisou.O
deputado monárquico eleito pelo círculo eleitoral da ilha do Corvo
alegou que há risco de “despedimentos a curto prazo” na construção civil
por falta de materiais, reivindicando uma “rápida intervenção do
Governo Regional” para “solucionar os problemas de abastecimento” da
ilha.“O PPM exige que as potencialidades
das instalações portuárias do Corvo sejam exploradas na sua plenitude,
nomeadamente através da criação de uma rota regular direta Faial-Corvo e
vice-versa”, apontou.Paulo Estêvão
solicitou uma audição da secretária regional dos Transportes e Obras
Públicas na Comissão Parlamentar de Economia e defendeu que o Governo
Regional “faça deslocar uma equipa de responsáveis políticos e técnicos à
ilha do Corvo, no sentido de os mesmos reunirem com os empresários
locais e com a população em geral, tal como sucedeu na vizinha ilha das
Flores”.O furacão “Lorenzo”, que passou pelos Açores em 02 de outubro, provocou 255 ocorrências e obrigou ao realojamento de 53 pessoas.O
porto das Lajes das Flores foi “totalmente destruído” e, segundo o
Governo Regional dos Açores, os prejuízos em todo o arquipélago rondam
os 330 milhões de euros.