PPM/Açores com anteproposta para compensar aumento do salário mínimo em "território nacional"
14 de dez. de 2021, 12:57
— Lusa/AO Online
O documento, a que a Lusa teve acesso,
pretende a aplicação da medida “a todo o território nacional”, alterando
o texto nesse sentido, de forma a que a medida de compensação chegue
também aos empresários dos Açores e da Madeira.A
anteproposta foi entregue à mesa da Assembleia Legislativa da Região
Autónoma dos Açores, que começou hoje a reunião plenária mensal, pelo
PPM, partido que integra a coligação com o PSD e o CDS-PP no Governo dos
Açores.A intenção é que, após passar pela
apreciação de Economia, a anteproposta seja votada no plenário dos
Açores de janeiro e, se aprovada, seguirá para votação na Assembleia da
República sob a forma de proposta de lei.Em
causa está, de acordo com o documento a que a Lusa teve acesso, a
“primeira alteração ao decreto-lei n.º 109-B/2021, de 07 de dezembro,
que aprova a atualização da retribuição mínima mensal garantida e cria
uma medida excecional de compensação”.No
documento, o PPM lembra que “o Governo da República determinou o aumento
do salário mínimo nacional a partir de 01 de janeiro de 2022 e
estabeleceu a criação de uma medida de apoio excecional de compensação
às empresas pela subida da Retribuição Mínima Mensal Garantida (RMMG)”.Esse
apoio “consiste na atribuição, às entidades empregadoras, de um
subsídio pecuniário correspondente a uma importância fixa por
trabalhador que aufira a RMMG”.“No
entanto, as Regiões Autónomas foram excluídas no âmbito do Decreto-Lei
n.º 109-B/2021, deixando as empresas dos Açores e da Madeira impedidas
de aceder à medida de apoio excecional de compensação pelo aumento do
salário mínimo nacional”, alerta o PPM.Para
o partido, “as entidades empregadoras dos Açores e Madeira estão,
assim, em situação de desigualdade face às empresas sedeadas em
território continental”.“Tendo o aumento
do salário mínimo sido decretado para todo o território nacional, a
medida de apoio excecional de compensação deveria também abranger todo o
país e não apenas o continente”, defendem os dois deputados do partido
da coligação de Governo.No documento
entregue no parlamento açoriano, o PPM pede a “declaração de urgência da
anteproposta de Lei, mediante a fixação de um prazo máximo de 15 dias
para exame em Comissão, de forma a ser debatida e votada na sessão
plenária de janeiro de 2022”, agendada para o período entre os dias 11 e
14.Na quinta-feira, o secretário regional
das Finanças dos Açores disse ter solicitado ao Governo da República
que abranja os empresários da região no apoio de compensação pela subida
do salário mínimo, tendo ficado sem resposta.“Essa
carta nunca chegou a ser respondida. Vamos, de novo, insistir. Caso
essa exclusão se mantenha, o Governo decidirá, com certeza, refletir
sobre a extensão de um apoio idêntico a nível regional. Para já, estamos
na insistência de não sermos excluídos de uma medida que devia ser para
todo o país”, adiantou Joaquim Bastos e Silva, em declarações aos
jornalistas, em Angra do Heroísmo.A Câmara
do Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH) e o Núcleo de Empresários da
Lagoa (NELAG) reivindicaram apoios para as empresas suportarem os
encargos com o aumento do salário mínimo nacional.As
associações empresariais pedem que, “à semelhança do que acontece no
continente português, e com os mesmos critérios adotados, as empresas
sejam ajudadas a suportar o aumento do salário mínimo regional, com o
pagamento único de 85% do incremento anual resultante na Taxa Social
Única, por cada trabalhador abrangido pela medida, pelo ano 2022, e com
retroatividade a 2021”.Questionado pelos
jornalistas, Joaquim Bastos e Silva disse que o Governo Regional “vai
analisar essa situação”, mas defendeu que os empresários dos Açores não
devem ser excluídos do apoio atribuído pelo Governo da República, como
aconteceu este ano.Em causa está um apoio
às empresas que pode chegar aos 112 euros por trabalhador, que passe a
auferir o novo salário mínimo (710 euros no continente português ou
740,25 euros nos Açores).