PPE lança processo para escolha de candidato à presidência do Parlamento Europeu
8 de set. de 2021, 11:31
— Lusa/AO Online
Também hoje, o
presidente da bancada parlamentar do PPE, Manfred Weber, anunciou que
não é candidato a presidente do Parlamento Europeu, mas sim à
presidência do partido, cargo que vai ficar vago dado Donald Tusk ter
decidido regressar à cena política polaca, dando ainda conta da sua
intenção de se recandidatar a líder do grupo na assembleia.Numa
resolução hoje adotada, o grupo do PPE, o maior do Parlamento Europeu e
que integra as delegações de PSD e CDS-PP, reafirmou a sua intenção de
ocupar a presidência da assembleia a partir de janeiro de 2022,
recordando o “acordo político que foi alcançado entre os grupos do PPE,
do S&D [Socialistas e Democratas] e do «Renew» [Liberais] em 03 de
julho de 2019”, no seguimento das eleições europeias celebradas em maio
desse ano.Esse
acordo, sublinha a resolução de hoje, contemplava “o compromisso claro”
de os três maiores grupos do parlamento elegerem o candidato dos
socialistas europeus para presidente do Parlamento para a primeira
metade da legislatura de cinco anos – o que sucedeu, com a eleição do
italiano David Sassoli – e o candidato do PPE para a segunda metade, uma
prática já antiga.“Tendo
em conta o espírito de cooperação leal com que este acordo foi honrado
para a primeira metade da legislatura”, o PPE reivindica então a
presidência da assembleia na segunda metade da legislatura, entre
janeiro de 2022 e até às eleições de 2024, exortando os grupos S&D e
«Renew» a respeitarem o compromisso político entre as três forças em
julho de 2019.O PPE dá ainda conta de concluir o processo de nomeação do seu candidato “o mais tardar em novembro” próximo.Aquele
que seria o candidato mais óbvio do grupo à presidência, o seu líder
parlamentar, Manfred Weber, afastou-se hoje da ‘corrida’, ao anunciar,
na sua conta oficial na rede social Twitter, que pretende suceder a Tusk
na presidência do próprio partido, assim como recandidatar-se a líder
da bancada do PPE.“A
minha ambição é ser reeleito presidente do grupo PPE. O meu trabalho no
grupo PPE ainda não está terminado. A nossa missão de reanimar a
democracia cristã e os partidos de centro-direita na Europa ainda não
terminou. Consequentemente, não me candidatarei a presidente do
Parlamento Europeu”, justificou.Quanto
à ambição de ser presidente do PPE, sublinha que todos no grupo “apoiam
e admiram” a decisão de Donald Tusk, antigo presidente do Conselho
Europeu, de “regressar à Polónia e lutar por um futuro melhor para o seu
país” e assume que “seria uma grande honra suceder-lhe e continuar a
construir um partido mais unido e bem sucedido rumo às próximas eleições
de 2024”.A
confirmar-se a eleição do candidato do PPE para a presidência do
Parlamento Europeu a partir de janeiro do próximo ano, o partido passará
então a acumular as presidências da assembleia e da Comissão Europeia
(Ursula von der Leyen), sendo que o Conselho Europeu 'pertence' aos
liberais (Charles Michel), o que significa que, entre os chamados cargos
de topo institucionais da UE, os socialistas europeus só manteriam o de
Alto Representante para a Política Externa (Josep Borrell).