Possibilidade de segunda vaga pode adiar fase de recuperação nos Açores
9 de mai. de 2020, 17:40
— Lusa/AO online
“Estamos numa fase intermédia, de transição
entre a contenção alargada e a recuperação, tendo saltado, felizmente, a
fase de mitigação. Não podemos dizer que estamos já na fase de
recuperação, porque mantemos ainda algumas das medidas de contenção
alargada que foram implementadas no início de março”, adiantou Tiago
Lopes.Na sua comunicação diária, o
responsável máximo pela Autoridade de Saúde Regional dos Açores explicou
que o plano de contingência regional previa as fases de preparação,
contenção, contenção alargada, mitigação e recuperação.“Esta
seria a gradualidade, mas penso que o mais provável é que façamos uma
regressão nas diferentes fases e, da contenção alargada, passar para a
contenção, porque aquilo que era expectável, de passarmos pelo surto e
não voltarmos a sofrer com o mesmo, não se perspetiva neste momento,
atendendo àquilo que nos tem chegado de além-fronteiras: casos de
reinfeção, um novo impulso do surto em determinados países”, esclareceu.Tiago
Lopes afirmou não saber se o arquipélago vai “entrar verdadeiramente
numa fase de recuperação, porque já se fala numa eventual segunda vaga”.“Acho
que iremos sempre manter alguma contenção associada ao combate a este
surto”, acrescentou o também diretor regional da Saúde dos Açores.Segundo
o responsável, a passagem para outra fase de alerta e resposta no
combate ao surto “tem a ver com a envolvência e situação epidemiológica
dentro e fora da região”.A possibilidade
de uma segunda vaga do novo coronavírus é “uma ameaça latente”, razão
pela qual a região irá, “por um longo período de tempo, manter toda a
vigilância e toda a monitorização” do que se passa dentro e fora do
arquipélago, garantiu o governante, que está a prestar atenção a como é
que outros países, nomeadamente os do hemisfério sul, onde se entra
agora no inverno, lidam com o surto durante a época gripal.Na
fase atual, que é de transição o executivo regional está “a procurar, e
daí a terminologia, medidas de flexibilização, precisamente para terem
essa flexibilidade entre as duas fases”.Para
a reabertura dos estabelecimentos, que acontecerá a ritmos diferentes
nas várias ilhas, o executivo regional já distribui circulares com as
medidas a adotar para clínicas e consultórios de saúde oral, creches,
jardins de infância, centros de noite, de dia, de convívio e de
atividades ocupacionais, transportes coletivos de passageiros e
estabelecimentos comerciais, bem como para o reinício das celebrações
religiosas comunitárias, que acontece a 18 maio para todas as ilhas,
menos São Miguel e Graciosa, que retomam a 31 de maio.O
Governo Regional está, ainda, a rever e a atualizar as circulares de
conduta para a restauração e para “acessos à orla marítima, prática de
atividade física, pesca lúdica, náutica e de recreio e atividades
marítimo-turísticas”.Até ao momento, os
Açores contam um total de 144 casos, verificando-se 78 recuperados, 15
mortes e 51 casos positivos ativos para infeção pelo novo coronavírus
SARS-CoV-2, que causa a doença covid-19, sendo 42 em São Miguel, um na
ilha Terceira, dois na Graciosa, um em São Jorge, três no Pico e dois no
Faial.