Portugueses podem beber água da torneira "com confiança"
2 de out. de 2017, 10:56
— Lusa/AO online
O
relatório anual sobre o "Controlo da Qualidade da Água para Consumo
Humano" referente a 2016, publicado pela Entidade Reguladora dos
Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), "confirma que a água para consumo
humano em Portugal continental apresenta uma excelente qualidade". Portugal
"mantém o nível de excelência com o indicador de água segura na ordem
dos 99%, podendo garantir-se à população que pode beber água da torneira
com confiança", assegura a ERSAR. No ano passado, a ERSAR
realizou 50 ações de fiscalização para verificar o cumprimento dos
requisitos legais do regime da qualidade da água para consumo humano e,
do total das ações de fiscalização, 84% foram realizadas no norte e
centro do país. No norte e centro "ainda persistem alguns
problemas pontuais de qualidade da água, geralmente em pequenas zonas de
abastecimento", refere a ERSAR. "Os processos de
contraordenação instruídos incidiram, essencialmente, no incumprimento
de prazos administrativos relativamente à comunicação de incumprimentos à
ERSAR e às autoridades de saúde", acrescenta. Quanto às análises
à qualidade da água na torneira, foram realizadas "a quase totalidade"
das impostas pela lei, com a frequência de amostragem nos 99,92%, ou
seja, ficaram por efetuar "416 análises em mais de meio milhão" de
obrigatórias. Nas 400 mil análises realizadas, o cumprimento dos
valores paramétricos atingiu 98,77%, segundo a ERSAR, e em 1,23% das
análises realizadas, os parâmetros que evidenciam maior número de
incumprimento são "o pH, devido às caraterísticas hidrogeológicas das
origens de água, e os microbiológicos, por ineficiência da desinfeção,
tendo neste caso ocorrido uma ligeira melhoria, quando comparado com
2015". Nas situações de incumprimento, "as entidades gestoras,
em articulação com as autoridades de saúde e a ERSAR, tomaram as medidas
adequadas para garantir a proteção da saúde humana, sempre que tal se
tenha justificado", aponta a entidade gestora. Em 2016, salienta,
as 15 entidades gestoras em alta, que vendem a água aos municípios,
continuaram a revelar globalmente resultados acima da meta de 99%,
apresentando o indicador água segura o valor de 99,73%. O
desempenho das entidades gestoras em baixa - que abastecem os
consumidores -, "continua a refletir as assimetrias regionais", sendo no
interior, com maiores carências de recursos humanos, técnicos e
financeiros, que "se concentram os incumprimentos ocorridos". Cerca
de 90% dos incumprimentos ocorreram nas pequenas zonas de abastecimento
que servem menos de 5.000 habitantes (na globalidade servem apenas 14%
da população).