Portugueses elegem Açores, Madeira, Cabo Verde e Brasil para final do ano e pagam mais
11 de dez. de 2023, 09:13
— Lusa/AO Online
"As vendas para o
período festivo de Natal e ‘reveillon’ têm corrido bastante bem, a um
ritmo ligeiramente superior ao ano transato com maior antecipação na
venda. Se compararmos o período homólogo de 2022, considerando o início
de viagem de 20 a 31 dezembro, temos este ano um acréscimo de 800
passageiros", disse a diretora de Operações da Solférias, Sónia
Regateiro, à Lusa. Satisfeitos com as
vendas estão também o diretor geral da Nortravel, Nuno Aleixo, e o
diretor comercial da Sonhando, Fernando Bandrés."Embora
tenhamos notado um ritmo mais lento nas reservas nas últimas semanas - o
que é normal, pois é comum que os consumidores reservem para o final do
ano com maior antecedência em comparação com outros períodos festivos
-, estamos satisfeitos com as vendas”, disse Fernando Bandrés.Segundo
o diretor comercial da Sonhando, a sua empresa ainda tem “alguma
capacidade para aqueles clientes de última da hora”, pelo que confia “em
fechar um bom período de vendas".O
responsável especificou ainda que "as vendas de reservas com partidas
entre 20 e 31 de dezembro aumentaram 47% em volume de passageiros e 82%
em volume de faturação, portanto, não se observou uma quebra nas
vendas”.“No entanto, a margem bruta de
venda começa a refletir uma maior concorrência de produtos no mercado em
comparação com 2022, mas parece que a vontade de viajar continua bem
presente, mesmo a contrariar as notícias e as perspetivas económicas
para 2024", disse Fernando Bandrés, aludindo à desaceleração de que o
setor também diz ser de prever.Já Nuno Aleixo disse que venderam tudo, mas, por precaução, dada a conjuntura, a Nortravel ajustou a oferta."O
ano foi, sem dúvida, bastante positivo globalmente e o fim de ano não
vai ser exceção. A oferta que se colocou no mercado esgotou
completamente, embora haja possivelmente menos oferta do que em outros
anos de passagem de ano. Neste ano não apostámos, por exemplo, em
operações especiais para as Caraíbas. Se a oferta foi mais ajustada foi
precisamente enquadrada à procura que existiu, por isso, é que está tudo
bastante bem composto", afirmou.Questionados se a alta de preços nas viagens e pacotes turísticos é uma realidade, todos confirmam."Os
preços efetivamente aumentaram quer por efeito da inflação dos diversos
países quer pelo aumento de 'fuel' [combustível] relativamente à parte
aérea. No entanto, mantivemos todas as operações 'charter' anunciadas",
disse a responsável da Solférias.Uma
situação que o responsável da Sonhando também confirmou, lembrando que,
nas épocas festivas, também é comum que as tarifas subam, seguindo a lei
da oferta e da procura. "No entanto,
notamos que, fora dessa época, também temos enfrentado aumentos nos
custos das tarifas aéreas e da hotelaria. Os custos operacionais dessas
empresas têm aumentado devido aos preços dos combustíveis,
matérias-primas, eletricidade, entre outros. Embora estejamos a fazer
esforços para absorver parte desse aumento na nossa margem (de lucro), é
inevitável que uma parte desse sobre custo seja repassada ao
consumidor", explicou Fernando Bandrés.No
que diz respeito aos destinos, todos apontam "os tradicionais do fim de
ano", com o diretor geral da Nortravel a referir a Madeira como "o
número um em termos de venda" da empresa nesta altura. Ainda
cá dentro, "um destino que até há quatro ou cinco anos não tinha grande
procura, e agora sim, é a ilha de São Miguel”, nos Açores, afirmou Nuno
Aleixo. “Está bastante positivo, embora
estejamos a falar de ilhas portuguesas que estão com ocupações muito
elevadas, mas muitas vezes por não continentais e, por isso, muitas
vezes há dificuldade de conseguir encontrar produtos com preços
atrativos porque os outros mercados [estrangeiros] têm normalmente um
preço médio mais elevado", explicou. Nuno
Aleixo disse ainda que Cabo Verde "também foi uma excelente surpresa",
assim como a forte aposta "nos mercados de Natal" da Europa. "No
nosso caso e por esta ordem em volume de passageiros: Madeira, Brasil,
México, São Tomé, o Arquipélago das Bijagós na Guiné-Bissau, Ilhas
Espanholas, Cuba e Marraquexe", disse, por seu lado, o diretor comercial
da Sonhando.Na Solférias os destinos mais
procurados este ano foram, segundo Sónia Regateiro, Brasil, seguido de
Cabo Verde, Portugal Continental e Madeira, Disneyland Paris, Açores, e
S. Tomé e Príncipe.