Portugueses da Venezuela "angustiados" com crise no Governo de Portugal

4 de jul. de 2013, 08:37 — Lusa/AO Online

  "Estamos a acompanhar as notícias, porque estamos preocupados pela saída do ministro das Finanças e de outros membros do Governo, porque isso pode agravar a situação económica portuguesa", disse Manuel Francisco Fernandes à agência Lusa. Proprietário de um pequeno restaurante no centro de Caracas, este comerciante frisou ainda estar "angustiado" porque "poderá ser necessário um segundo resgate económico para Portugal, o que agravaria as já difíceis condições das famílias portuguesas". Preocupada com a situação, a empresária Maria de Andrade Martins lembrou que "nos últimos anos tem havido cortes enormes nos salários em Portugal, que aumentaram de preços e que os impostos estão a dificultar a vida das pessoas". "O mundo está perigoso, as crises e decisões políticas mais tarde ou mais cedo afetam a vida das pessoas e desestabilizam a já frágil economia. Estamos longe e é difícil ter uma noção real do que é bom ou mau para Portugal, mas dá para perceber que se aproximam maiores dificuldades", declarou, numa opinião semelhante à de vários outros portugueses em declarações à Lusa, na Venezuela. Proprietária de uma pequena loja de "doçaria" em Parque Central, Caracas, esta imigrante teme ainda que "qualquer coisa que aconteça possa afetar as relações" entre Portugal e a Venezuela "e consequentemente o dia a dia tanto dos que vivemos lá como dos que estão aqui". Um pouco mais confiante no futuro está Alberto Santos, um arquiteto luso-descendente para quem, "em várias oportunidades, Portugal tem dado sinais de superar situações adversas". Na Venezuela vivem oficialmente entre 400 e 600 mil portugueses, números que a comunidade portuguesa local diz estarem aquém da realidade, insistindo que são mais de 1,5 milhões, se incluirmos os luso-descendentes que unicamente possuem a nacionalidade venezuelana.