Portugal ultrapassou meta de vacinação da OMS com 88,3% no grupo dos 65 anos ou mais
Gripe
4 de mar. de 2022, 11:59
— Lusa/AO Online
De
acordo com os dados finais do Vacinómetro 2021/2022, o estudo que
acompanha o ritmo da vacinação contra a gripe, da população incluída
nesta vacinação, terão sido imunizadas 83,4% das pessoas portadores de
doença crónica e 64,4% dos profissionais de saúde em contacto direto com
doentes.Os
dados finais do Vacinómetro, que é promovido pela Sociedade Portuguesa
de Pneumologia (SPP) e pela Associação Portuguesa de Medicina Geral e
Familiar (APMGF), com o apoio da empresa biofarmacêutica Sanofi Pasteur,
indicam ainda que foram vacinados 53,3% dos portugueses com idades
compreendidas entre os 60 e os 64 anos e cerca de 60,2% das grávidas.Os
resultados hoje divulgados indicam ainda que o grupo das grávidas "tem
registado um consistente aumento na cobertura vacinal desde a sua
inclusão no regime de disponibilização gratuita da vacina, na época de
2020/2021", altura em que a cobertura vacinal passou para 53,6% (era
23,5% em 2019/2020).Os
responsáveis pelo Vacinómetro salientam ainda o crescimento da
vacinação no grupo dos 60 aos 64 anos de idade, desde a última fase do
estudo (14 a 20 de dezembro de 2021), com um valor que passou de cerca
de 38,7% para 53,3%, coincidindo também com a inclusão deste grupo na
gratuitidade da vacina a 15 de Dezembro de 2021.Das
pessoas com 65 ou mais anos de idade, terão sido vacinadas pela
primeira vez 8,5%, o mesmo acontecendo em 25,7% dos casos das pessoas
entre os 60 e os 64 anos de idade, 8,1% dos doentes crónicos e 10,5% dos
profissionais de saúde.“Os
dados finais da época gripal 2021/2022 deixam-nos satisfeitos por
termos não só cumprido (pelo terceiro ano consecutivo) como ultrapassado
largamente a meta da OMS para a cobertura vacinal das pessoas a partir
dos 65 anos de idade, garantindo assim a sua proteção contra a gripe e
para além da gripe, uma vez que esta infeção aumenta o risco de enfarte
agudo do miocárdio e de AVC", destaca Nuno Jacinto, presidente da
Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), citado em
comunicado.Na
mesma nota, o responsável sublinha o aumento da vacinação nas pessoas
com doença crónica, "que são um grupo de risco para infeções virais como
a gripe, uma vez que podem ver a sua doença crónica descontrolada ou
agudizada", bem como no grupo dos profissionais de saúde em contacto
direto com doentes, "algo muito importante desde sempre, mas ainda mais
durante a pandemia de Covid-19", disse.Também
citado em comunicado, o presidente da Sociedade Portuguesa de
Pneumologia (SPP), António Morais, considerou "excelentes" os valores
atingidos nesta época gripal, frisando "a clara redução do número de
hospitalizações por gripe"."Revelam
que compensou o esforço extra da Direção-Geral da Saúde e do Ministério
da Saúde para alargar a cobertura vacinal, bem como a coordenação da
vacinação conjunta contra a gripe e a covid-19", disse.O
responsável defende que se devem retirar daqui "aprendizagens para a
próxima época gripal", considerando que esta vai exigir "uma cobertura
vacinal igual ou superior", pois "nas últimas duas épocas o registo de
casos de gripe foi residual devido às medidas implementadas para fazer
face à pandemia da covid-19, o que permite antever uma maior atividade
na época 2022/2023”. Nos
dois grupos de doentes crónicos analisados, 89% das pessoas com
diabetes terão sido vacinadas, 5% das quais pela primeira vez, e 84,2%
das pessoas com doenças cardiovasculares terão também recebido a vacina
da gripe, 10,7% pela primeira vez.Quanto
às motivações para a vacinação contra a gripe, da população incluída
nas recomendações da Direção-Geral da Saúde, a maioria vacinou-se por
recomendação do médico - 66,9% das pessoas com 65 anos ou mais; 65,8%
dos doentes crónicos; 43,7% das pessoas entre os 60 e os 64 anos de
idade e 63,7% das grávidas.A
segunda motivação mais apontada foi a iniciativa própria, para estar
protegido, o que aconteceu em 26,5% das pessoas com 65 ou mais anos de
idade, 21,7% dos doentes crónicos, 39,6% das pessoas entre os 60 e os 64
anos, 19,8% das grávidas e 11,6% dos profissionais de saúde.O contexto de uma iniciativa laboral foi a razão apontada para a vacinação de 82% dos profissionais de saúde. A
campanha de vacinação deste ano decorreu por ordem decrescente de
idades, através de convocatória por SMS para a administração em
simultâneo da vacina contra a gripe e contra a covid-19, ou apenas para a
vacina contra a gripe (se não fossem elegíveis para a covid-19), o que,
segundo os promotores do Vacinómetro, "aliado a outras iniciativas,
poderá ter contribuído para um aumento da cobertura vacinal e prevenção
de complicações para além da gripe".De
acordo com as recomendações da Direção-Geral da Saúde, a vacina contra a
gripe pode ser administrada durante todo o outono/inverno, de
preferência até ao final do ano civil. A
norma da DGS, atualizada no passado mês de dezembro, indica que a
vacinação contra a gripe "é fortemente recomendada para os grupos
prioritários", que incluem as pessoas com idade igual ou superior a 65
anos, grávidas, doentes com seis ou mais meses de idade com patologias
crónicas ou condições como diabetes, Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica
(DPOC), doença cardiovascular, doença neuromuscular com comprometimento
da função respiratória, trissomia 21 e doentes com seis ou mais meses de
idade imunodeprimidos por via farmacológica ou patológica.A 15 de dezembro foi igualmente incluída a vacinação gratuita da população dos 60 aos 64 anos de idade.A
vacinação abrange ainda alguns contextos definidos pela DGS, como os
residentes em lares e instituições residenciais e/ou de acolhimento,
doentes em cuidados continuados, doentes internados com patologia
crónica e/ou condição para a qual se recomenda a vacina e reclusos em
estabelecimentos prisionais, além dos profissionais de saúde e outros
prestadores de cuidados.O
Vacinómetro, lançado em 2009, permite monitorizar, em tempo real, a
taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários
recomendados pela DGS.