Portugal tem aumentado gradualmente contribuição na ESA
Hoje 09:07
— Lusa/AO Online
O Conselho Ministerial da Agência Espacial Europeia (ESA) decorre em Bremen, Alemanha, até quinta-feira.Este
"é o órgão máximo de decisão da ESA: de três em três anos, os ministros
dos 23 Estados-membros aprovam os programas e os níveis de
financiamento que vão orientar a estratégia espacial europeia, seja ao
nível da exploração espacial, da observação da Terra, da navegação, das
telecomunicações e da segurança e exploração espacial europeias nos
próximos anos", diz Ricardo Conde. Para
Portugal, "é um momento estratégico porque permite alinhar o
investimento nacional com as prioridades europeias, garantindo que a
subscrição portuguesa se traduza em impacto económico e inovação para o
país, através dos contratos para a implementação dos programas da ESA",
acrescenta o responsável. Questionado
sobre a contribuição portuguesa, Ricardo Conde afirma que "Portugal tem
aumentado gradualmente a sua contribuição desde a sua entrada na ESA e a
contribuição tem sido adequada à dimensão do crescimento do setor".O
retorno da contribuição portuguesa "é muito positivo, o que evidencia a
capacidade que tem vindo a ser criada no país através da ESA",
prossegue o presidente da Agência Espacial Portuguesa."Estamos
ainda numa fase de discussão dos programas e a contribuição portuguesa
está ainda a ser definida e depende da subscrição total dos programas e a
sua adoção final. No modelo da ESA, cada Estado subscreve programas
específicos nas propostas da própria ESA e só no final do Conselho
Ministerial, quando se sabe quais os programas que reúnem a subscrição
mínima necessária para avançar, é que fica fechado o valor global das
subscrições nacionais", explica. "O
objetivo é garantir uma trajetória de crescimento estável, coerente com a
capacidade de execução do setor nacional e a sua articulação com outros
instrumentos europeus e nacionais de financiamento do setor", salienta
Ricardo Conde. O Ministério da Educação,
Ciência e Inovação informou que a contribuição financeira
de Portugal para a ESA vai aumentar 51% durante o período 2026-2030,
para 204,8 milhões de euros.A contribuição
portuguesa em 2016 era de 73 milhões de euros, em 2019 subiu para 102
milhões e, em 2022, ascendeu a 115 milhões de euros."Em
linha com o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido, e na medida em
que se alinham com a Estratégia faz sentido reforçar as áreas ligadas à
monitorização do Atlântico e ao papel dos Açores no acesso e retorno do
espaço, às capacidades de segurança e defesa, à inovação tecnológica em
domínios emergentes e à ciência e exploração humana, desde que em
consonância com a Estratégia 2040 da ESA e com as prioridades europeias
definidas para a próxima década", diz, quando questionado sobre o tema. Ricardo
Conde acrescenta que "a lógica não é apenas consolidar o que já existe,
mas também valorizar os resultados alcançados e, em paralelo,
posicionar Portugal em nichos onde pode ter um contributo distintivo
para a próxima geração de missões e serviços espaciais europeus".