Portugal sofreu medidas drásticas de curto prazo só para equilibrar défice

3 de dez. de 2014, 11:35 — Lusa/AO online

  “É preciso um debate pós-crise financeira na sociedade europeia, para perceber como o aumento da pobreza e das desigualdades condiciona o futuro da União Europeia”, disse Sampaio, argumentando que “está em causa o modelo social europeu, principalmente nos países do sul da Europa, onde foi feita uma aplicação severa e drástica de medidas de austeridade centradas no curto prazo e unicamente movidas pelo intuito da redução dos défices”. Falando na sessão de abertura das Conferências de Lisboa, que decorrem hoje e quinta-feira na capital portuguesa, o antigo chefe de Estado lembrou que “um quarto da população nestes países está em situação de pobreza” e vincou o papel do Estado na suavização das desigualdades económicas entre os cidadãos. “O verdadeiramente insuspeito World Economic Forum, na sua Agenda 2015, aponta para as desigualdades na riqueza e aumento do desemprego como as preocupações cimeiras dos líderes mundiais”, disse, para sustentar que o Estado tem um papel fundamental na correção destes desequilíbrios. “O Estado tem um papel insubstituível na correção destas desigualdades, disse, lembrando a tese do economista Joseph Stiglitz, segundo a qual “os mercados por si só não conseguem resultados eficientes e estáveis, por isso os Estados têm de corrigir isto”.