Portugal regressa com ambição após 18 anos de ausência
Andebol/Mundia
12 de jan. de 2021, 13:28
— Lusa/AO Online
Impulsionada
pelo sexto lugar conquistado no Europeu de 2020, a melhor classificação
de sempre na prova, a equipa liderada pelo selecionador Paulo Pereira
não poderá ser incluída no lote de candidatos ao título, mas dispõe de
condições privilegiadas para obter o melhor resultado no Mundial.Em
2003, num campeonato do mundo que Portugal organizou e que não voltou a
disputar desde então, a equipa das ‘quinas’ terminou no 12.º lugar,
superando os registos de 1997, no Japão (19.º lugar) e 2001, em França
(16.º), um resultado que a atual geração de jogadores parece ter
capacidade para suplantar.O lateral
Gilberto Duarte (Montpellier), o grande ausente do Euro2020, devido a
lesão, o pivô Luís Frade (vice-campeão europeu pelo FC Barcelona) e o
guarda-redes luso-cubano Alfredo Quintana (FC Porto) sobressaem entre
uma das mais sólidas representações nacionais, capaz de se bater em pé
de igualdade com qualquer opositor.Portugal
viu-se mesmo na invulgar situação de cabeça de série no sorteio para a
27.ª edição do campeonato do mundo, que colocou no caminho da formação
lusa as congéneres de Argélia, Marrocos e Islândia, no Grupo F da fase
final, sediado na nova capital administrativa do Egito, cidade em
construção em pleno deserto, 50 quilómetros a leste do Cairo.Em
plena pandemia de Covid-19, que impede a presença de público na
competição, a seleção nacional estreia-se na quinta-feira, frente à
Islândia, defrontando Marrocos, no sábado, e encerrando a participação
na ronda preliminar em 18, perante a Argélia.Marroquinos
e islandeses são velhos conhecidos de Portugal, que no Mundial de 2001
se impôs a Marrocos (30-26), mas saiu derrotado frente aos europeus
(22-19), voltando a ser desfeiteado pelos nórdicos dois anos mais tarde,
em Viseu, no campeonato do mundo de 2003, por 29-28.Mais
recentemente, no Europeu de 2020, voltou a cruzar-se com a Islândia e o
desfecho repetiu-se, mas a derrota por 28-25 não impediu o brilharete
da equipa treinada por Paulo Pereira, que bateu na prova continental a
França, recordista de títulos mundiais, com seis, e a anfitriã Suécia,
tetracampeã do mundo.Os últimos dois jogos
antes da fase final do campeonato do mundo foram, precisamente, frente
aos islandeses, na quarta-feira passada (vitória por 26-24, em
Matosinhos) e no domingo (derrota por 32-23, em Reiquiavique), com um
grupo de jogadores alicerçado na equipa do FC Porto, tal como aconteceu
no Europeu.Os ‘dragões’ fornecem 11 dos 20
jogadores selecionados, mais de metade do total, pois, além de
Quintana, foram também convocados Diogo Branquinho, Leonel Fernandes,
André Gomes, Fábio Magalhães, Miguel Martins, Rui Silva, Diogo Silva,
António Areia, Victor Iturriza e Daymaro Salina.Com
maior ou menor dificuldade, Portugal parece capaz de carimbar o
apuramento para ronda principal, destinada aos três primeiros de cada
grupo (o quarto colocado disputa a cauda da classificação na designada
Taça Presidente), fase em que deverá encontrar oposição mais forte na
corrida aos quartos de final.As equipas
europeias, dominadoras incontestadas da modalidade, deverão monopolizar
os primeiros lugares, com destaque para Dinamarca, detentora do troféu e
campeã olímpica, Espanha, campeã europeia, Alemanha, Croácia, Noruega,
França e Suécia.Angola e a estreante
seleção de Cabo Verde reforçam a presença da lusófona no Mundial de
2021, que será o primeiro alargado de 24 para 32 seleções e contará com
uma dupla portuguesa de árbitros, composta por Duarte Santos e Ricardo
Fonseca.