Portugal quer trazer médicos brasileiros e oferece salário de 2.863€ e casa de função
4 de ago. de 2023, 09:59
— Lusa/AO Online
Segundo
noticia o jornal Público, que cita o anúncio que está a ser
divulgado no Brasil, o Ministério da Saúde manifesta-se “interessado em
recrutar médicos para os cuidados de saúde primários”, oferecendo-lhes
contratos com a duração de três anos em centros de saúde das regiões de
Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve.A
carga horária será de 40 horas semanais, com possibilidade de
concentrar a semana de trabalho em quatro dias, e os médicos terão
direito a 22 dias úteis de férias, escreve o jornal.Além
da remuneração mensal de 2.863,12 euros ilíquidos (14 meses por ano),
mais seis euros de subsídio de refeição por dia e a “possibilidade de
realização de trabalho suplementar”, os candidatos terão “um período de
integração no posto de trabalho com apoio de um médico do serviço”.Segundo o anúncio, a “casa de função” será atribuída pela autarquia “na área geográfica limítrofe” do local de trabalho.Contudo,
escreve o Público, os médicos devem ter “o reconhecimento de
qualificações estrangeiras” em Portugal e, “preferencialmente, um mínimo
de cinco anos de experiência”.Visitando o
‘blogue’ do Correio Braziliense, o Público escreve que o aviso da ACSS
está a ser divulgado através de universidades brasileiras, a quem foi
enviado, e que as universidades estão a “replicar” o anúncio pelos "seus
ex-alunos" e por “funcionários de hospitais ligados às instituições”.Ao
jornal, o Ministério da Saúde esclareceu que este não é um concurso de
recrutamento, mas sim uma manifestação de interesse destinada a
potenciais candidatos que reúnam condições para vir trabalhar para
Portugal.A mesma fonte sublinhou que o que
se pretende é contratar médicos não especialistas em medicina geral e
familiar para assegurarem o atendimento de cidadãos que não têm médico
de família atribuído em Portugal - e que eram mais de 1,6 milhões em
julho.Sem adiantar detalhes, em resposta
escrita, a ACSS diz ao Público que o anúncio consiste numa “súmula” que
“ainda está a ser trabalhada” e através da qual “estão a ser testadas as
condições que poderão a vir a ser oferecidas”.Quanto
à remuneração proposta, explica que “tem como referência a prestação de
serviços médicos em atendimento em cuidados de saúde primários, para um
horário semanal de 40 horas”. A ACSS
destaca igualmente que este “é um processo de contratação de natureza
transitória, que visa facilitar o acesso regular das populações a
cuidados médicos, enquanto decorre o processo de formação dos
necessários especialistas em Medicina Geral e Familiar e a generalização
das Unidades de Saúde Familiar (USF) modelo B”.O
problema da falta de médicos de família tem-se agravado nos últimos
anos porque está a ocorrer um elevado número de aposentações de
especialistas em medicina geral e familiar e porque uma parte dos novos
especialistas prefere não ocupar as vagas abertas nas regiões mais
carenciadas. Além disso, com a chegada de imigrantes a Portugal, tem
crescido o número de inscritos no SNS.