Portugal quer seguir Islândia na geotermia e exportar no ramo das eólicas, diz Governo

Energia

15 de mai. de 2023, 10:10 — Lusa/ AO Online

Estas posições foram transmitidas à agência Lusa por Ana Fontoura Gouveia, que acompanhará o primeiro-ministro, António Costa, na visita que hoje efetua à Islândia a convite da sua homóloga, Katrin Jakobsdóttir.A questão da cooperação na área da energia é o tema considerado central nesta deslocação do primeiro-ministro português à Islândia, e Ana Fontoura Gouveia entende que os dois países têm reciprocamente “muito a aprender” neste domínio.Esta tarde, depois da reunião institucional com a líder do executivo islandês, António Costa vai visitar uma das maiores centrais de produção de energia geotérmica do mundo, a Geothermal Power Plant, com 303 megawatts de capacidade instalada.“Penso que podemos aprender com a longa experiência que os islandeses têm na área da geotermia, potenciando assim os nossos recursos nacionais. Esta é uma área que será muito importante para Portugal atingir as suas metas climáticas, designadamente a neutralidade carbónica em 2045”, defendeu a secretária de Estado.Com esta visita à Islândia, segundo Ana Fontoura Gouveia, “o Governo português pretende conhecer melhor os projetos” islandeses nesta área específica.“Temos uma iniciativa pioneira que é o mercado voluntário de carbono. A compra e venda de créditos de carbono já existe entre privados, mas não é um mercado regulado. E o nosso objetivo é regular esse mercado, assegurar credibilidade e confiança, aumentar o investimento privado nestes projetos de captura”, referiu.Neste domínio, a secretária de Estado da Energia observou que o foco em Portugal tem sido a floresta, “a sua valorização económica para reduzir o risco de incêndio, ou seja, a captura de carbono por valores naturais”.“Mas existe uma outra dimensão que ainda não está tão explorada no país, que é a captura industrial. Sabemos que setores como o dos cimentos ou dos resíduos já manifestaram interesse. Penso que Portugal e a Islândia podem aqui trocar experiências em relação a projetos inovadores na captura de carbono ao nível industrial. E assim caminharmos para os nossos objetivos de neutralidade carbónica já em 2045”, concluiu.Por outro lado, na perspetiva da secretária de Estado, a parte portuguesa tem a dar a conhecer aos islandeses a sua experiência nas áreas das energias renováveis, partindo do objetivo assumido pelo executivo de Reiquiavique de expandir a capacidade de produção eólica no país.“No domínio a energia eólica, Portugal tem uma experiência acumulada. Esta vontade de expansão da Islândia constitui uma oportunidade de investimento para aos produtores nacionais”, realçou Ana Fontoura Gouveia.A secretária de Estado destacou também que, em matéria de eficiência energética, “Portugal tem sido pioneiro no que respeita à partilha de energia entre consumidores que são também produtores, designadamente aquilo a que se chamam de comunidades de energias renováveis”.“Vamos também levar à Islândia a nossa experiência e o conhecimento recente que temos com muito sucesso em Portugal. As oportunidades de investimento para as empresas nacionais surgem na área das energias eólicas, setor em que a Islândia pretende aumentar a sua capacidade instalada, mas também no campo das comunidades de energias renováveis em que temos já empresas a operar em Portugal”, acrescentou.