Portugal quer dimensão social como base da recuperação da crise
UE/Presidência
15 de mar. de 2021, 12:51
— Lusa/AO Online
“Este é um momento
crucial para a Europa, de uma necessidade de mobilização de todos para
resposta ao momento crítico que vivemos, assumindo e reforçando a
dimensão da Europa social como base da recuperação”, declarou a ministra
do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho.Falando
à chegada à videoconferência informal de ministros do Emprego e dos
Assuntos Sociais, a responsável notou que, neste encontro à distância,
os governantes irão “debater a importância do plano de ação do Pilar
Europeu dos Direitos Sociais”.“E os
objetivos e as metas que o plano tem como fundamentais para a resposta
ao momento que estamos a viver e para o reforço da dimensão social como
base da recuperação e da transição digital e ambiental”, acrescentou Ana
Mendes Godinho.A ministra portuguesa
adiantou que, nesta reunião, será também preparado o “lançamento de uma
plataforma de combate à situação das pessoas sem-abrigo”, para a troca
de ideias entre as partes envolvidas (decisores políticos, associações,
municípios, entre outras).Os ministros do
Trabalho da UE discutem hoje o plano de ação do Pilar Europeu dos
Direitos Sociais e políticas de igualdade, numa reunião por
videoconferência presidida por Ana Mendes Godinho e pela ministra de
Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva.A
agenda social é uma das grandes prioridades da presidência portuguesa
do Conselho da UE, que espera conseguir a aprovação deste plano de ação
do Pilar Europeu dos Direitos Sociais na cimeira social do Porto,
marcada para 07 e 08 de maio.O objetivo é
aprovar um programa com medidas concretas para executar o Pilar Social
Europeu, um texto não vinculativo de 20 princípios para promover os
direitos sociais na Europa aprovado em Gotemburgo (Suécia) em novembro
de 2017.O texto defende um funcionamento
mais justo e eficaz dos mercados de trabalho e dos sistemas de proteção
social, nomeadamente ao nível da igualdade de oportunidades, acesso ao
mercado de trabalho, proteção social, cuidados de saúde, aprendizagem ao
longo da vida, equilíbrio entre vida profissional e familiar e
igualdade salarial entre homens e mulheres.O
plano de ação proposto pela Comissão Europeia no início de março fixa
metas como retirar 15 milhões de cidadãos da pobreza e da exclusão
social até 2030 ou reduzir drasticamente o número de sem-abrigo nas ruas
da UE.A proposta prevê, ainda, ter pelo
menos 78% da população da UE empregada até 2030 (um reforço face ao
anterior objetivo de 75%) e pelo menos 60% dos trabalhadores receberem
ações de formação todos os anos.Após a
apresentação da proposta do plano pela Comissão Europeia, cabe à
presidência portuguesa conduzir o debate e negociar um compromisso entre
os 27 que permita ‘fechar’ um acordo em maio.