"Portugal precisa de 45 a 50 mil trabalhadores no setor do turismo"
3 de ago. de 2022, 11:38
— Lusa/AO Online
Em
declarações à Lusa, à margem de uma visita ao Algarve, Rita Marques
adiantou que está a ser preparada, para o último trimestre do ano, uma
“missão empresarial” portuguesa para “garantir” que o país possa receber
trabalhadores destes países, com o enquadramento do novo regime de
entrada e permanência de trabalhadores em Portugal.“O
objetivo é levar uma comitiva de empresários portugueses que estejam à
procura de reforçar os mapas de pessoal, identificando trabalhadores
dessas geografias que estejam interessados em vir para Portugal […] e
que os serviços consulares possam depois administrativamente despachar
favoravelmente os vistos e possamos trazer connosco os trabalhadores que
pretendem ingressar neste setor de atividade”, precisou.Segundo
a a secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, que esteve
reunida com vários representantes do setor do turismo no Algarve, a
missão empresarial portuguesa, que conta com várias áreas do Governo,
como o “Trabalho, Negócios Estrangeiros e Economia”, deverá realizar-se
no último trimestre de 2022.“Nesta altura
em que há uma retoma pujante do setor do turismo, estamos a viver vários
desafios e um deles tem a ver, justamente, com a falta de capital
humano”, referiu, adiantando que, durante o encontro com empresários do
setor, foi abordada a nova lei votada favoravelmente na Assembleia da
República em 21 de julho.De acordo com a
governante, a nova lei veio introduzir “alterações muitíssimo relevantes
e substanciais na emissão de vistos, designadamente no âmbito dos
países que ratificaram o acordo da CPLP [Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa]”.Estimando que o país precisa
entre 45 mil a 50 mil trabalhadores no setor para garantir a qualidade
de serviços no turismo, Rita Marques considerou que o novo regime de
entrada e permanência de trabalhadores em Portugal “pode ser útil
justamente para se poder importar capital humano”.No
entanto, sublinhou, há a preocupação “de garantir que este capital
humano também é adequadamente formado e capacitado” para manter “uma
prestação de serviços de excelência” no setor, envolvendo nesta matéria
as escolas de hotelaria e turismo nacionais.Na
agenda de Rita Marques esteve também uma visita a dois ‘resorts’
turísticos que estão na “vanguarda” da eficiência hídrica na região do
Algarve, outro dos temas que mereceu destaque durante a sua deslocação à
região, afetada por uma situação prolongada de seca que já levou a que
começassem a ser implementadas medidas de poupança de água.Sublinhando
que se está a “viver tempos de mudança no que toca aos recursos
naturais” e que “a água é um recurso precioso sem o qual não se consegue
prestar um serviço de qualidade”, Rita Marques sustentou que é preciso
haver um compromisso em “desenvolver soluções inovadoras que garantam
que este recurso não é desperdiçado”.“Os
nossos empreendimento turísticos e campos de golfe têm trabalhado de há
uns anos a esta parte nesta senda, nesta agenda, e o objetivo desta
visita foi justamente conhecer entidades que desenvolvem as melhores
práticas no que à utilização da água diz respeito, para conhecer estas
boas práticas e poder inspirar outros operadores económicos a também
usá-las”, justificou.Segundo Rita Marques,
as empresas municipais Infraquinta e Infralobo, que gerem os ‘resorts’
Quinta do Lago e Vale do Lobo e têm implementado um leque de soluções
para aumentar a eficiência hídrica, são “dois exemplos do melhor que se
faz em termos de gestão do recursos hídricos”.A
visita destinou-se também a perceber como “podem ser adaptados
transversal e universalmente pela região do Algarve, pelos vários
municípios e operadores económicos, mas também no contexto nacional para
outras regiões do país”, concluiu.