Portugal não reconhece anexação pela Rússia de 4 regiões ucranianas
Ucrânia
30 de set. de 2022, 18:02
— Lusa/AO Online
“Portugal
não reconhece nem reconhecerá anexações de território ocupado
ilegalmente pela Rússia e é totalmente solidário com a Ucrânia”, afirma o
ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, numa declaração divulgada através da rede social Twitter.Segundo
o ministro, o anúncio da anexação de partes do território ucraniano,
avançado hoje pelo Presidente russo, Vladimir Putin, demonstra um
“absoluto desprezo pelo direito internacional”. Putin
assinou, em Moscovo, os tratados de anexação das regiões
ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, apesar da
condenação internacional e da Ucrânia.As
quatro regiões representam cerca de 15% do território da Ucrânia, ou
cerca de 100.000 quilómetros quadrados, um pouco mais do que a dimensão
de países como a Hungria e Portugal ou um pouco menos do que a Bulgária,
segundo a agência espanhola Efe.A
assinatura da anexação das quatro regiões do leste e sul Ucrânia, que a
Rússia controla apenas parcialmente, seguiu-se a um discurso de Putin,
que defendeu a “decisão inequívoca” dos cidadãos daqueles territórios,
manifestada em referendo não reconhecidos por Kiev nem pela comunidade
internacional.Putin também apelou à
Ucrânia para cessar imediatamente os ataques e comprometeu-se a defender
o território russo com todos os meios.O
líder russo deu este passo após ter reconhecido a independência de
Zaporijia e Kherson na quinta-feira, como fez, em 21 de fevereiro deste
ano, com as autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, no Donbass
(leste), três dias antes de ordenar a invasão da Ucrânia.A
Rússia já tinha anexado a península ucraniana da Crimeia, em março de
2014, também após um referendo realizado sob ocupação militar.A
anexação oficializada hoje ocorre no oitavo mês da guerra na Ucrânia e
depois de as tropas russas terem sofrido derrotas significativas no
norte e nordeste do país vizinho.Putin
anexou os quatro territórios ucranianos depois de ter decretado, em 21
de setembro, a mobilização parcial de 300.000 reservistas para reforçar
as tropas russas na Ucrânia. Passando a ser cidadãos russos, os habitantes das quatro regiões poderão ser mobilizados para combater as tropas ucranianas.A Ucrânia e quase toda a comunidade internacional já anunciaram que não irão reconhecer a anexação.