Portugal exalta coração de D. Pedro como símbolo do bicentenário da Independência do Brasil
23 de ago. de 2022, 08:47
— Lusa/AO Online
"Em primeiro lugar, é muito importante,
simbolicamente para o Brasil, o regresso do coração do vosso primeiro
imperador D. Pedro. É muito importante também para Portugal porque foi
uma figura crucial na afirmação da liberdade em Portugal”, disse o
autarca do Porto, Rui Moreira, numa entrevista transmitida pela TV
Globo.“E para a cidade do Porto que eu
aqui represento, porque foi ele também que nos libertou dos jugos que
tínhamos e foi considerado pela população do Porto como rei soldado",
acrescentou.Já o embaixador de Portugal no
Brasil, Luis Faro Ramos, disse aos jornalistas que com a chegada dos
restos mortais de D. Pedro se estava "a testemunhar uma ocasião única e
especial, como único e especial foi o modo como se deu a independência
do Brasil há 200 anos.” “O nome do Dom
Pedro está para sempre ligado às relações entre os nossos países”,
frisou o embaixador em mensagem enviada à Lusa. Ramos
acrescentou que a presença do coração do antigo monarca é “um ponto
alto no contexto das comemorações do bicentenário, para as quais o
Brasil convidou Portugal a associar-se, o que fazemos com muito gosto.”O
coração de D. Pedro chegou hoje de manhã a Brasília para ser exposto
nas comemorações do bicentenário da independência do país, em 07 de
setembro.O órgão, que saiu pela primeira
vez de Portugal e chegou ao país dentro de uma urna de ouro, foi
recebido na base aérea de Brasília com as honras de um chefe de Estado e
levado sob forte esquema de segurança ao Palácio do Itamaraty, sede do
Ministério das Relações Exteriores do Brasil.linAntes
de viajar temporariamente para o país sul-americano que se tornou
independente de Portugal em 1822, sob a liderança do monarca que se
tornou o primeiro imperador do Brasil, o coração do "Rei Soldado", que
chegou ao Porto em fevereiro de 1835 e que raras vezes saiu do mausoléu
da capela-mor da igreja da Lapa, esteve durante o fim de semana em
exposição aberta ao público.Para o retirar do pequeno caixão de mogno guardado no mausoléu são precisas cinco chaves, mil cuidados e uma complexa operação.Conservado
em formol dentro de um recipiente de vidro e, este, dentro de um
escrínio de prata dourada, o coração D. Pedro I do Brasil e IV de
Portugal encantou, nos dois dias, 6.294 miúdos e graúdos, portuenses e
estrangeiros (3.426 visitantes no sábado e 2.868 no domingo). O
coração de D. Pedro regressa à cidade do Porto a 09 de setembro,
ficando novamente em exposição nos dias 10 e 11, antes de voltar a ser
guardado a cinco chaves.