Portugal espera que países europeus retomem “a curto prazo” vacina da AstraZeneca
UE/Presidência
16 de mar. de 2021, 18:46
— Lusa/AO Online
“Todos
os Estados-membros que optaram por fazer esta suspensão temporária e
provisória referiram a sua preocupação em conhecer os resultados da
avaliação em curso [pela Agência Europeia do Medicamento – EMA], que
terminará na quinta-feira, e o seu interesse em alinhar posições com a
decisão que resulte desses estudos”, declarou a ministra portuguesa da
Saúde, Marta Temido.Falando em
representação da presidência portuguesa na conferência de imprensa após a
reunião virtual dos ministros de Saúde da UE, Marta Temido apontou que
os países que optaram por esta interrupção do uso da vacina da
AstraZeneca “sublinharam ter-se tratado de uma suspensão provisória […]
em resultado de casos de vários países, que os peritos europeus e
nacionais estão a analisar cuidadosamente”.“Esperamos
que se retome a curto prazo”, adiantou a governante portuguesa, dizendo
também esperar que a suspensão seja de “apenas alguns dias”.Esta
posição surge depois de nas últimas horas vários países europeus,
incluindo Portugal, terem decidido por precaução suspender a
administração desta vacina após relatos de aparecimento de coágulos
sanguíneos e da morte de pessoas inoculadas com esta vacina.Marta
Temido insistiu que essa decisão de alguns Estados-membros foi tomada
para “ganhar o tempo necessário para a EMA fazer a análise, que eles
consideraram fundamental, sobre dúvidas que tinham”.“Tomaram
as suas decisões e comunicaram-nas com transparência”, vincou a
responsável, notando estarem em causa “diferentes decisões”, seja em
termos da suspensão do uso de alguns lotes ou da interrupção da
administração da vacina da AstraZeneca.Presente
na ocasião, a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, disse
ser “muito importante que os cidadãos entendam que, em assuntos
relacionados com segurança, [a UE] seguirá a indicação da EMA”.Esta
tarde, a diretora executiva da EMA disse que os problemas relacionados
com a vacina da AstraZeneca contra a Covid-19 “não são inesperados”,
dada a vacinação de milhões de pessoas, e atingem “um pequeno número” de
vacinados.“Uma situação como esta não é
inesperada. Quando se vacinam milhões de pessoas, é inevitável que
ocorram incidentes raros ou graves após a vacinação e o nosso papel [do
regulador europeu] é o de avaliar que todos os efeitos secundários são
rapidamente investigados, se estão realmente ligados à vacina ou se são
coincidência”, declarou Emer Cooke.Falando
em videoconferência para a imprensa em Bruxelas, a responsável frisou
também que “não há evidências de que foi a vacinação [com o fármaco da
AstraZeneca] que causou estas situações”, além de que os efeitos
secundários apenas se verificaram “num número pequeno de pessoas que
receberam a vacina”.Na quinta-feira
passada, a EMA indicou que não existem provas de um aumento de risco de
coagulação sanguínea em pessoas vacinadas com este fármaco contra a
covid-19 e já na segunda-feira o regulador europeu defendeu que “os
benefícios” da vacina da AstraZeneca contra Covid-19 “superam os riscos
de efeitos secundários”.