Portugal entre 10 Estados-membros que notificaram UE da reintrodução de controlos fronteiriços
Covid-19
18 de mar. de 2020, 13:56
— Lusa/AO Online
Sendo um dos Estados-membros com fronteiras
externas, Portugal é também dos países com os quais o executivo
comunitário está em contacto próximo com vista à implementação das
restrições de entradas em território da UE decididas na véspera pelos
líderes dos 27, acrescentou o porta-voz, durante a conferência de
imprensa diária da Comissão Europeia. “Relativamente
a fronteiras internas, o atual ponto da situação é que recebemos
notificações de Áustria, Hungria, República Checa, Dinamarca, Polónia,
Lituânia, Alemanha, Estónia, Portugal e Espanha”, apontou um
porta-voz do executivo comunitário, acrescentando que também dois países
associados do espaço Schengen de livre circulação o fizeram,
designadamente Suíça e Noruega.Embora haja
indicações de muitas outras restrições implementadas por
Estados-membros nas suas fronteiras internas, o mesmo porta-voz,
Adalbert Jahnz, reforçou que, “até agora, foram estes os
Estados-membros” que notificaram a Comissão da “reintrodução de
controlos fronteiriços nas fronteiras internas”.No
passado domingo, Portugal e Espanha decidiram limitar a circulação na
fronteira terrestre comum a mercadorias e trabalhadores
transfronteiriços por causa da pandemia da Covid-19.A
Comissão lembra que os Estados-membros que reintroduzem controlos nas
fronteiras internas devem notificar Bruxelas, tal como fizeram os 10
mencionados, pois “o quadro legal continua a ser o mesmo” apesar da
atual situação, tendo o mesmo porta-voz apontado que o executivo
comunitário não tem legalmente o poder de travar os controlos
fronteiriços, mas tem a prerrogativa, enquanto guardião dos tratados, de
monitorizar se as medidas decididas são proporcionais, e eventualmente
agir posteriormente.Já quanto ao
encerramento das fronteiras externas da União Europeia por um período de
30 dias decidido na terça-feira pelos chefes de Estado e de Governo dos
27, num Conselho Europeu extraordinário realizado por videoconferência,
o mesmo porta-voz disse que a Comissão está “em contacto estreito com
os Estados-membros” relativamente à implementação da medida, que também
envolve diretamente Portugal, um dos Estados-membros da União com
fronteiras externas. O porta-voz com a
pasta dos Assuntos Internos sublinhou que, “de resto, está a decorrer
neste preciso momento uma videoconferência a nível técnico, com
autoridades fronteiriças” nacionais – que desde há três semanas é
celebrada a cada quarta-feira – e acrescentou que também hoje haverá uma
videoconferência de ministros dos Transportes dos 27, na qual a questão
das fronteiras também será discutida.Reconhecendo
problemas de bloqueio e grandes congestionamentos em diversas
fronteiras internas que afetam milhares de cidadãos e transportes de
mercadorias, Jahnz sublinhou que “é absolutamente necessário encontrar o
mais rapidamente possível soluções” para estes casos.Na
terça-feira, os chefes de Estado e de Governo da UE acordaram a
interdição de entradas “não essenciais” em território europeu por 30
dias, anunciou o presidente do Conselho Europeu, no final de uma
‘cimeira’ por videoconferência.“Para
limitar a propagação do vírus, decidimos reforçar as nossa fronteiras
externas aplicando uma restrição temporária coordenada de viagens não
essenciais para a UE por um período de 30 dias, com base na abordagem
proposta pela Comissão”, declarou Charles Michel.Por
seu turno, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen,
congratulou-se com o “apoio pleno” dos Estados-membros ao pacote de
medidas proposto pela Comissão, entre os quais a implementação de
restrições temporárias de entrada nas fronteiras externas da UE.“Tivemos
grande apoio dos Estados-membros, cabe-lhes agora implementar [as
restrições], eles disseram que o farão imediatamente, isso é bom.
Portanto, temos uma abordagem unânime e unida no que diz respeito às
fronteiras externas”, disse.Já quanto às
fronteiras internas e aos problemas que se verificam onde muitos
Estados-membros as decidiram encerrar, defendeu ser “absolutamente
crucial desbloquear a situação”, pois há muita gente retida dentro da
UE, sublinhando igualmente que os cidadãos têm direito a regressar a
casa, além de que é necessário permitir o transporte de bens, essenciais
para o funcionamento do mercado interno.