“Chegados
a 2025, Portugal e a União Europeia são um caso de sucesso partilhado.
Uma relação de confiança, entendimento e benefício mútuo”, referiu
António Costa, intervindo na cerimónia de comemoração dos 40 anos da
assinatura de Portugal do Tratado de Adesão às Comunidades Europeias, no
Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.A
entrada na então CEE, em 01 de janeiro de 1986, foi “refundador para
Portugal, por culminar o ciclo da democratização portuguesa iniciado com
o 25 de Abril”.“A assinatura do tratado
de adesão não só encerrou o período transitório do regime democrático
português, como iniciou a era de maior desenvolvimento social e
económico da história de Portugal”, assinalou.Quatro
décadas depois, a economia portuguesa cresceu 143%, “fruto da abertura
do mercado interno ao espaço europeu”, o salário médio foi multiplicado
por oito e o PIB (produto interno bruto) per capita cresceu 11 vezes,
elencou o ex-primeiro-ministro português.Portugal,
sublinhou, “é hoje uma economia aberta à Europa e ao mundo, muito mais
competitiva do que então”, enquanto “os indicadores de desenvolvimento
humano, na saúde, educação e rendimento, estão hoje num patamar
incomparavelmente mais alto”.“Este é um
enorme sucesso de Portugal, fruto do trabalho dos portugueses. Mas é
também fruto da solidariedade da Europa como projeto de prosperidade
partilhada”, destacou.Desde a adesão ao
bloco europeu, Portugal “foi sempre um parceiro ativo, leal e
construtivo, sempre sabendo enquadrar os próprios interesses nacionais
no quadro do interesse comum da União”, prosseguiu Costa, que apontou os
“contributos decisivos para a construção” da UE” nas quatro
presidências, com "óbvio destaque" para o Tratado de Lisboa. Classificando
a UE como “o melhor projeto de solidariedade entre povos”, o presidente
do Conselho Europeu defendeu que o alargamento tem sido “o maior
investimento geoestratégico pela paz e pela prosperidade”.“Hoje
temos mais uma dezena de nações em negociações para entrar”, recordou,
nomeando a Ucrânia, a Moldova, "porventura a Geórgia", seis países dos
Balcãs ocidentais e a Islândia, que "realizará um referendo" no próximo
ano. Quarenta anos depois, o Mundo passou
de uma Guerra Fria para “uma ordem multipolar com interligações
comerciais e diplomáticas entre todos”.“Tínhamos
uma Europa dividida ao meio, ideologicamente incompatível,
economicamente inconciliável. Hoje temos uma União de 450 milhões de
cidadãos, um mercado comum pujante e uma moeda única forte no mundo”,
sublinhou."Precisamos dessa unidade e
dessa força para defender uma ordem internacional assente em regras,
fortalecer o multilateralismo, enfrentar os grandes desafios globais,
como as alterações climáticas. Precisamos dessa unidade e dessa força
para garantir a paz, a segurança e a prosperidade", sustentou o líder do
Conselho Europeu.Costa recordou as
palavras "premonitórias" de Mário Soares, que há 40 anos, na qualidade
de primeiro-ministro, assinou o Tratado de Adesão, no Mosteiro dos
Jerónimos, um momento que assinalou como “uma data de bom augúrio para o
futuro europeu”. “Ontem, como hoje, esta é
a data de bom augúrio para Portugal, para os portugueses, para os
europeus e para a União Europeia”, referiu.