Portugal e UE são "caso de sucesso partilhado"

12 de jun. de 2025, 11:21 — Lusa/AO Online

“Chegados a 2025, Portugal e a União Europeia são um caso de sucesso partilhado. Uma relação de confiança, entendimento e benefício mútuo”, referiu António Costa, intervindo na cerimónia de comemoração dos 40 anos da assinatura de Portugal do Tratado de Adesão às Comunidades Europeias, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.A entrada na então CEE, em 01 de janeiro de 1986, foi “refundador para Portugal, por culminar o ciclo da democratização portuguesa iniciado com o 25 de Abril”.“A assinatura do tratado de adesão não só encerrou o período transitório do regime democrático português, como iniciou a era de maior desenvolvimento social e económico da história de Portugal”, assinalou.Quatro décadas depois, a economia portuguesa cresceu 143%, “fruto da abertura do mercado interno ao espaço europeu”, o salário médio foi multiplicado por oito e o PIB (produto interno bruto) per capita cresceu 11 vezes, elencou o ex-primeiro-ministro português.Portugal, sublinhou, “é hoje uma economia aberta à Europa e ao mundo, muito mais competitiva do que então”, enquanto “os indicadores de desenvolvimento humano, na saúde, educação e rendimento, estão hoje num patamar incomparavelmente mais alto”.“Este é um enorme sucesso de Portugal, fruto do trabalho dos portugueses. Mas é também fruto da solidariedade da Europa como projeto de prosperidade partilhada”, destacou.Desde a adesão ao bloco europeu, Portugal “foi sempre um parceiro ativo, leal e construtivo, sempre sabendo enquadrar os próprios interesses nacionais no quadro do interesse comum da União”, prosseguiu Costa, que apontou os “contributos decisivos para a construção” da UE” nas quatro presidências, com "óbvio destaque" para o Tratado de Lisboa. Classificando a UE como “o melhor projeto de solidariedade entre povos”, o presidente do Conselho Europeu defendeu que o alargamento tem sido “o maior investimento geoestratégico pela paz e pela prosperidade”.“Hoje temos mais uma dezena de nações em negociações para entrar”, recordou, nomeando a Ucrânia, a Moldova, "porventura a Geórgia", seis países dos Balcãs ocidentais e a Islândia, que "realizará um referendo" no próximo ano. Quarenta anos depois, o Mundo passou de uma Guerra Fria para “uma ordem multipolar com interligações comerciais e diplomáticas entre todos”.“Tínhamos uma Europa dividida ao meio, ideologicamente incompatível, economicamente inconciliável. Hoje temos uma União de 450 milhões de cidadãos, um mercado comum pujante e uma moeda única forte no mundo”, sublinhou."Precisamos dessa unidade e dessa força para defender uma ordem internacional assente em regras, fortalecer o multilateralismo, enfrentar os grandes desafios globais, como as alterações climáticas. Precisamos dessa unidade e dessa força para garantir a paz, a segurança e a prosperidade", sustentou o líder do Conselho Europeu.Costa recordou as palavras "premonitórias" de Mário Soares, que há 40 anos, na qualidade de primeiro-ministro, assinou o Tratado de Adesão, no Mosteiro dos Jerónimos, um momento que assinalou como “uma data de bom augúrio para o futuro europeu”. “Ontem, como hoje, esta é a data de bom augúrio para Portugal, para os portugueses, para os europeus e para a União Europeia”, referiu.