Portugal é o segundo país lusófono a receber a iniciativa
JMJ
31 de jan. de 2023, 08:47
— Lusa/AO Online
Eleito Papa a 13 de março
de 2013, sucedendo a Bento XVI (1927-2022), Francisco, natural da
Argentina, fez a sua primeira deslocação ao estrangeiro, precisamente a
uma JMJ, quatro meses depois.No Rio de
Janeiro, na cerimónia de boas-vindas, e em português, o Papa afirmou:
“Não tenho ouro ou prata, mas trago comigo algo mais valioso, Jesus
Cristo. Venho em seu nome para alimentar a chama do amor fraterno que
arde em todos os corações e desejo que a minha saudação chegue a todos".O
chefe de Estado do Vaticano adiantou ter sido desejo da providência que
a primeira viagem ao estrangeiro fosse à América Latina, de onde viajou
para Roma, para o conclave que o elegeu papa.Na
JMJ, Francisco anunciou que voltaria ao Brasil em 2017, por ocasião do
tricentenário da descoberta da imagem de Nossa Senhora da Conceição em
Aparecida, o que não sucedeu.Nesse ano,
fez uma deslocação de 24 horas ao Santuário de Fátima para o centenário
dos acontecimentos na Cova da Iria e para a canonização dos beatos
Francisco e Jacinta Marto.O Papa é
esperado de novo em Fátima este ano, depois de ter confirmado, em 29 de
abril de 2021, numa audiência privada realizada no Vaticano, ao então
bispo da Diocese de Leiria-Fátima, cardeal António Marto, a intenção de
peregrinar ao Santuário, por ocasião da JMJ.Quando
foi anunciada a escolha da capital portuguesa, Lisboa, em 27 de janeiro
de 2019, na JMJ na Cidade do Panamá, o Presidente da República, Marcelo
Rebelo de Sousa, considerou que “é o reconhecimento do peso da
lusofonia, do mundo que fala português”, e, “ao mesmo tempo, o peso de
Portugal, o peso de Fátima, o peso do povo católico português”.“Mas
eu não escondo que a lusofonia e o falar-se português e o estar-se
presente em todos os continentes, em todo o mundo, pesou na luta que foi
muito difícil com outros candidatos” à organização da JMJ, disse, na
altura.Já o cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, declarou na ocasião que a JMJ em Lisboa “será para toda a lusofonia”.“Será
em Portugal, será, concretamente, em Lisboa, será para toda a
lusofonia, com uma especial insistência para que venham os nossos irmãos
lusófonos de África e de outras partes do mundo, também com certeza os
nossos caríssimos irmãos brasileiros que estão sempre tão presentes com
tanta força para que também em português se diga Jornada Mundial da
Juventude”, acrescentou Manuel Clemente.Com
a organização da JMJ, a capital portuguesa, entre 01 e 06 de agosto,
prepara-se para receber, provavelmente, o evento com maior número de
pessoas – são esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas - que alguma vez
teve na sua história.De sede da Capital
Europeia da Cultura, em 1994, à exposição mundial em 1998 (Expo’98) ou
mais recentemente a cimeira de tecnologia e empreendedorismo Web Summit,
Lisboa tem sido palco de várias iniciativas que têm colocado à prova a
sua capacidade organizativa.Em maio de 1982, Lisboa recebeu o Papa João Paulo II (1920-2005), que presidiu a uma missa campal no Parque Eduardo VII.Nove
anos depois, em maio de 1991, João Paulo II regressou a Portugal e
incluiu, novamente, a capital portuguesa na viagem, celebrando uma missa
no estádio do Restelo.Em maio de 2010, na
sua única visita a Portugal, Bento XVI rezou uma missa na Praça do
Comércio, em Lisboa, que juntou cerca de 500 mil pessoas, e, no mesmo
ano, em novembro, a capital acolheu a Cimeira da NATO, na qual estiveram
vários chefes de Estado e de Governo.Entre
outros grandes eventos de que Lisboa foi palco destaque, em 2004, para o
Europeu de futebol. A capital foi uma das cidades do campeonato,
recebendo, a final. Em 2018, Lisboa foi palco do Festival Eurovisão da
Canção.