Portugal discute com a Grécia acolhimento de refugiados
22 de out. de 2018, 17:32
— Lusa/AO Online
Eduardo
Cabrita, que iniciou uma visita de dois dias à Grécia, avançou que
Portugal está disponível para receber migrantes que estão em campos de
refugiados neste país e, nos encontros bilaterais que vai manter com
três ministros gregos, irá discutir “os termos, o tempo e o número de
migrantes envolvidos”. “Portugal
tem abertura para estabelecer um mecanismo de cooperação bilateral de
transferência de migrantes da Grécia para Portugal com apoio da União
Europeia”, disse. Segundo
o governante, estas reuniões visam discutir “o mecanismo bilateral de
cooperação entre Portugal e Grécia no apoio à redução da pressão
migratória”, apesar de atualmente os números serem mais baixos do que
aqueles que se verificaram em 2015 e 2016. No
entanto, frisou, que este ano chegaram à Grécia 28 mil migrantes e,
neste momento, estão cerca de 50 mil em campos de refugiadas. Com
o fim do programa de recolocação da União Europeia, a Grécia continua
exposta a vários fatores de pressão migratória, tendo os fluxos
aumentado quase 30% em julho e agosto em comparação com o período
homólogo, de acordo com o Ministério da Administração Interna.Em
setembro, chegaram às ilhas gregas 3.500 pessoas, uma média de 160 por
dia e a Grécia é o país europeu que mais registou pedidos de asilo per
capita.Entre
hoje e terça-feira, Eduardo Cabrita tem agendados encontros com os
ministros gregos da Política de Migrações, do Interior e da Proteção dos
Cidadãos.O
ministro da Administração Interna visitou hoje, na ilha de Samos, o
contingente da Guarda Nacional Republicana e do Serviço de Estrangeiros e
Fronteiras, integrados em missão da agência europeia de controlo de
fronteiras Frontex.
Eduardo Cabrita avançou que o trabalho da GNR e do SEF é reconhecido
pelas autoridades gregas locais e nacionais, bem como pela Frontex.“O
SEF e a GNR, integrados na Frontex, têm tido, ao longo destes seis
meses, um trabalho que se integra naquilo que é a responsabilidade
europeia de salvaguarda das fronteiras comuns, mas também afirma o
melhor dos valores humanistas de Portugal”, disse.Este
ano, a GNR resgatou e auxiliou em missões da Frontex mais de 2.500
pessoas e, no âmbito das ações de patrulhamento marítimo ao largo da
Grécia, foram resgatadas 372 pessoas.Esta
missão do SEF e da GNR na Grécia vai terminar no final do ano, tendo o
ministro avançado que Portugal vai reavaliar a presença na Frontex para o
próximo ano.“Existe
um compromisso de que Portugal estará presente nas operações do próximo
ano”, disse, frisando que vai ser feita uma definição dos meios que
serão colocadas ao serviço das missões Frontex em 2019.Na
terça-feira, Eduardo Cabrita visita também o Centro de Coordenação
Operacional (ICC -International Coordination Center), no porto de Pireu,
e o campo de refugiados de Eleonas, em Atenas.