Portugal deve aproveitar recuperação económica para reduzir dívida
13 de nov. de 2017, 09:15
— Lusa/AO Online
"Os decisores
políticos devem tirar vantagem das perspetivas positivas para
reconstruir ‘almofadas’ orçamentais e desenvolver a capacidade de a
economia crescer e absorver choques", aconselha o FMI no relatório de
outono sobre as perspetivas económicas da Europa para 2017, divulgado
hoje.Para o
Fundo, países como a Bélgica, França, Itália, Espanha, Reino Unido e
Portugal, que têm ainda dívidas elevadas, mas onde a economia está a
recuperar, deviam "gradualmente reconstruir espaço de manobra e colocar a
dívida numa trajetória descendente".A
instituição liderada por Christine Lagarde considera que esta política
"é particularmente importante" para este conjunto de países, até porque,
alerta, as taxas de juro "provavelmente vão subir".Ao
mesmo tempo, e para todos os países europeus (e não apenas aqueles com
uma dívida pública elevada), o FMI defende que a política orçamental
"pode ser mais amiga do crescimento e da distribuição" de rendimentos."Fazer
com que a despesa pública seja mais eficiente e orientada ao
crescimento, ao mesmo tempo que se desenha uma política fiscal que apoie
a criação de emprego e o crescimento da produtividade, pode fortalecer
as fundações da recuperação económica e suportar o potencial de
crescimento no médio prazo", afirma o Fundo no relatório.O
FMI estima que a economia europeia cresça 2,4% este ano e 2,1% no
próximo, uma recuperação que, afirma, tem impactos positivos no resto do
mundo, mas cuja sustentabilidade "continua em dúvida"."No
longo prazo, é provável que as tendências demográficas adversas e a
produtividade ainda subjugada possam atrasar o crescimento", admite o
Fundo.Nesse
sentido, aconselha "mais progresso" nas reformas estruturais para
aumentar a produtividade e defende que a limpeza dos ativos dos bancos
"continua uma prioridade".