Portugal continental permanece em situação de alerta até quinta-feira
Incêndios
20 de jul. de 2022, 08:49
— Lusa/AO Online
José Luís Carneiro
falava aos jornalistas na sede da Autoridade Nacional de Emergência e
Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide, Oeiras, após uma reunião por
videoconferência com os ministros da Defesa Nacional, do Trabalho,
Solidariedade e Segurança Social, da Saúde, do Ambiente e Ação Climática
e da Agricultura e Alimentação para reavaliar a situação.A
situação de alerta, nível de resposta mais baixo previsto na Lei de
Bases da Proteção Civil, está em vigor em Portugal continental desde as
00:00 de segunda-feira e até às 23:59 de hoje, tendo em conta que as
temperaturas baixaram, depois de o país ter estado sete dias em situação
de contingência."Prevê-se que a partir de
dia 23 possa haver um recrudescimento das temperaturas", disse o
ministro, sublinhando que na quinta-feira será feita uma nova avaliação,
para decidir a manutenção ou o agravamento do nível de alerta.Questionado
sobre o motivo pelo qual o Governo decidiu manter a situação de alerta,
José Luís Carneiro referiu que o país não se encontra nos níveis de
risco conjugados que estavam previstos para os dias 13 e 15 de julho e
que justificaram a declaração da situação de contingência na semana
passada.Apontou, por exemplo, temperaturas
acima dos 47 graus, humidade abaixo dos 10%, ventos secos, solos a 60
graus e trovoadas secas."Não é a circunstância em que se encontra o país", sublinhou.Quanto
à possibilidade de algumas regiões do país ficarem em situação de
contingência e outras em situação de alerta, o ministro da Administração
Interna referiu que, "neste momento", essa questão não foi avaliada
pelas entidades que integram o Sistema Nacional de Proteção Civil.A
Lei de Bases da Proteção Civil prevê que "a declaração de situação de
alerta, de situação de contingência e de situação de calamidade pode
reportar-se a qualquer parcela do território, adotando um âmbito
inframunicipal, municipal, supramunicipal, regional ou nacional".José
Luís Carneiro lembrou ainda que com a situação de alerta permanece a
proibição do acesso, circulação e permanência no interior dos espaços
florestais, previamente definidos nos planos municipais de defesa da
floresta contra incêndios, bem como nos caminhos florestais, caminhos
rurais e outras vias que os atravessem, a proibição da realização de
queimadas e de queimas de sobrantes de exploração, bem como a proibição
de realização de trabalhos nos espaços florestais com recurso a qualquer
tipo de maquinaria, com exceção dos associados a situações de combate a
incêndios rurais.É também proibida a
realização de trabalhos nos demais espaços rurais com recurso a
motorroçadoras de lâminas ou discos metálicos, corta-matos,
destroçadores e máquinas com lâminas ou pá frontal.No
entanto, ressalvou o ministro da Administração Interna, esta proibição
tem uma exceção, que permite a colheita de cereais entre as 07:00 e as
11:00 e as 18:00 e as 23:00."[Esta
exceção] tem em vista não perder as colheitas de cereais, que são
escassas no país, e aproveitar estes dois dias [até quinta-feira] de
oportunidade e remover também do espaço florestal materiais que
constituem perigo ou ameaça de incêndio", explicou.Para esta decisão, acrescentou, foram auscultados especificamente os ministérios da Agricultura e do Ambiente.Por
proposta do Ministério da Agricultura, a colheita pode ser feita entre
as 07:00 e as 11:00, e não entre as 06:00 e as 10:00, como estava em
vigor, para ultrapassar "as dificuldades sentidas" pelos agricultores,
nomeadamente a da humidade nos cereais e das dificuldades que isso
comportava para a colheita e transformação.