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Jogos Olímpicos
Portugal consegue pela segunda vez três pódios em Atenas

Portugal conseguiu pela segunda vez na história três pódios numa edição dos Jogos Olímpicos, em Atenas2004, com Francis Obikwelu, Sérgio Paulinho e Rui Silva a ajudarem à melhor prestação lusa até então.


Autor: Lusa


No regresso dos Jogos Olímpicos a ‘casa’, 108 anos depois da edição inaugural da Era Moderna, Portugal repetiu as três medalhas conseguidas em Los Angeles1984, onde Carlos Lopes se sagrou primeiro campeão olímpico português.

Numa das mais equilibradas e emocionantes finais dos 100 metros da história, com os primeiros quatro classificados separados por quatro centésimos de segundo, Obikwelu conquistou a prata, com um tempo de 9,86 segundos, que foi recorde europeu até Tóquio2020, quando o italiano Marcel Jacobs correu em 9,80.

O atleta nascido na Nigéria ainda tentou o pódio nos 200 metros, mas na final acabou por não superar o cansaço e ficou no quinto lugar, a 11 centésimos do pódio.

A grande surpresa acabou por ser a medalha de prata na prova de estrada do ciclista Sérgio Paulinho, que tinha ido a Atenas com o objetivo de trabalhar para Cândido Barbosa.

A desistência de Cândido Barbosa permitiu ao praticamente desconhecido Paulinho arriscar numa fuga, que acabou por ser a certa, indo na roda do futuro campeão olímpico de fundo, o italiano Paolo Bettini, que foi mais forte no sprint final.

Rui Silva confirmou o que dele se esperava nos 1.500 metros, conquistando a medalha de bronze apesar das dúvidas quanto ao seu momento de forma, após ter enfrentado vários problemas físicos.

Além das três medalhas, Portugal conseguiu ainda 10 diplomas (lugares entre o quarto e o oitavo) e algumas outras classificações honrosas.

O atletismo português fechou os Jogos em grande, com mais um finalista, o maratonista Alberto Chaíça, que chegou ao Estádio Panatenaico num sofrido oitavo lugar, tendo como primeira reação beijar a pista e abraçar-se a Rosa Mota, que em 1982 tinha sido campeã europeia no mesmo local.

Fora das medalhas, mas com boas participações, ficaram os representantes portugueses no judo, triatlo, vela, canoagem e trampolins, todos com resultados entre os diplomados.

No judo, Nuno Delgado foi prejudicado por uma lesão nos dedos da mão direita, ficando sem hipóteses de defender a medalha de bronze conquistada em Sydney2000.

Mas as prestações de Telma Monteiro (nona em -52 kg), João Pina (sétimo em -66 kg) e João Neto (sétimo em -73 kg) deixaram a comitiva portuguesa satisfeita.

Ainda com 18 anos, o canoísta Emanuel Silva, sétimo na final de K1 1.000 metros, e a campeã da Europa Vanessa Fernandes, oitava no triatlo, mostraram-se pela primeira vez, antes de virem a ganhar medalhas no futuro.

Outro diploma foi conquistado nos trampolins, com Nuno Merino a alcançar um brilhante sexto lugar na final.

Com esperança em medalhas, a vela desiludiu um pouco, apesar dos três diplomas conquistados, com o quinto lugar de Gustavo Lima, campeão mundial de laser em 2003, o sexto de João Rodrigues na prancha Mistral e o sétimo de Álvaro Marinho e Miguel Nunes em 470.

Fracas foram as prestações de Joana Pratas, apenas 21.ª em Europe, e da dupla Diogo Cayolla/Nuno Barreto, que foi 16.ª e penúltima classificada em Tornado.

Uma das grandes desilusões foi a participação da equipa de futebol, que liderada pelo emergente Cristiano Ronaldo não passou da primeira fase, ‘esfumando-se’ desde muito cedo a hipótese de medalha.

Também dececionante foi a desistência de Fernanda Ribeiro nos 10.000 metros, depois do ouro em Atlanta1996 e do bronze em Sydney2000.

No voleibol de praia, Miguel Maia e João Brenha não estiveram à altura das duas anteriores edições, quando ficaram à porta do pódio com dois quartos lugares, mas a prestação da dupla foi condicionada pela forma física de Brenha.