Portugal com justiça mais eficiente, segundo Conselho da Europa
23 de out. de 2020, 18:30
— Lusa/AO Online
Portugal conseguiu diminuir o tempo de duração
dos processos cíveis e comerciais, que em 2018 era de 229 dias, embora
nos processos administrativos o tempo seja ainda elevado, indica o
Ministério da Justiça em comunicado. “Grécia,
Itália e Portugal têm conseguido ser mais eficientes nos processos
administrativos, mas ainda precisam de reduzir a demora processual”,
refere o comunicado. Nos processos
criminais, Portugal está no grupo de países com uma taxa de eficiência
alta em que o tempo médio é menor do que 244 dias.Portugal é o país da Europa do Sul mais bem classificado em termos de taxa de eficiência mais elevada (acima dos 95%). A
maior parte dos estados analisados pela CEPEJ consegue ter um número
maior de casos judiciais resolvidos do que entrados, obtendo uma boa
taxa de eficiência. O relatório confirma a
existência de uma correlação direta entre a riqueza de um país e a
despesa pública afeta à Justiça e que a maior fatia da despesa do
orçamento em todos os países vai para os tribunais.Em termos de taxas de justiça, e segundo a análise da CEPEJ, cada cidadão Português paga 12,6 euros. Nos
sistemas judiciais analisados o maior número de países tinha em 2018
entre 10 e 20 juízes por 100 mil habitantes, estando Portugal dentro
desde indicador, com 19,3 juízes por 100 mil habitantes. Os tribunais tinham 56,6 funcionários por 100 mil habitantes, em 2018. O
número de procuradores do Ministério Público era de 13,5 por 100 mil
pessoas, variando os valores na generalidade da Europa entre os três e
os 15 e o de pessoal de apoio de 16,5 por 100 mil habitantes.Em
relação aos advogados, Portugal estava há dois anos entre os países com
mais profissionais por 100 mil habitantes (315) e com mais tribunais
especializados, revelando uma diminuição de juízos de competência
genérica, tendência comum a um grande número dos países analisados.As
ações de menor valor monetário continuam a liderar as judiciais em
Portugal e em termos de percentagem do PIB são menos de 76,5%.Na
análise do CEPEJ sobre as novas tecnologias de informação e
comunicação, “Portugal está entre o pequeno grupo de países com mais
informatização e mais normas regulatórias”, revela o Ministério.Em
relação ao apoio judiciário, Portugal encontra-se no grupo de países
com a Lituânia, Mónaco, República da Moldávia, Espanha, Ucrânia e Israel
que têm um elevado número de casos com assistência judiciária, mas cujo
valor monetário é inferior ao atribuído por caso por exemplo à
Alemanha, Finlândia e Irlanda, entre outros.Sublinha-se
ainda que o número de mulheres tem vindo a crescer entre os
profissionais mais qualificados nos tribunais, apesar de ser
gradualmente menor à medida que a instância judicial é mais elevada.