Portugal com a quinta maior percentagem de venda de carros elétricos da Europa
12 de out. de 2020, 11:42
— Lusa/AO Online
No
primeiro semestre de 2020, 11% dos carros vendidos em Portugal eram
elétricos, com os veículos híbridos e 100% elétricos a ocuparem um
espaço semelhante no mercado automóvel (cerca de 6% cada um no total de
vendas).Os dados fazem parte do relatório
“Mission (almost) accomplished” (“Missão (quase) cumprida”, na tradução
em português) da Federação Europeia de Transporte e Ambiente, divulgada
hoje pela associação ambientalista Zero.À
frente de Portugal, estão apenas estão os Países Baixos (13%), a
Finlândia (15%), a Suécia (26%) e a Noruega, em primeiro lugar, com 68%,
sendo o único país na Europa onde os elétricos representam mais de
metade do total de carros vendidos.Para a
Zero, a elevada representatividade dos carros elétricos no mercado
automóvel decorre, sobretudo, de um regime de tributação favorável e da
boa rede de infraestruturas de carregamento, um fator em que, segundo a
associação, tem prejudicado a compra destes veículos em Portugal.“A
oferta limitada de postos de carregamento tem condicionado
negativamente a compra de veículos totalmente elétricos por parte dos
condutores, sendo de momento um obstáculo importante ao aumento desejado
de vendas destes automóveis”, refere a associação em comunicado.O
mesmo relatório da federação europeia olha ainda para o desempenho de
dióxido de carbono (CO2) das vendas de automóveis de passageiros e
também aqui Portugal ocupa uma posição de destaque.Na
maioria dos países avaliados, o desempenho de CO₂das vendas de
automóveis durante o primeiro semestre de 2020 está entre 100 gCO2/km e
120 gCO2/km.Em relação ao período
homologo do ano anterior, a média europeia no primeiro semestre passou
de 122 gCO2/km para 111 gCO2/km em 2020, a maior descida desde que os
primeiros regulamentos foram criados em 2008.No
ranking europeu, Portugal está em 3.º lugar com emissões de 99 gCO/km,
atrás de França (98) e da Noruega cujas emissões (47 gCO2/km) são cerca
de metade do segundo e terceiro melhores classificados.No
início do ano, entraram em vigor novas regras que impõem aos automóveis
novos vendidos na União Europeia um limite nas emissões de 95 gCO2/km,
um objetivo que já foi cumprido por alguns fabricantes, como a PSA,
Volvo, FCA-Tesla e BMW, e próximo de outros, com a Renault, Nissan,
Toyota-Mazda e Ford estão a 2 gCO2/km de o cumprir.No
entanto, a Zero alerta que o limite imposto aos fabricantes tem de ser
cumprido no conjunto das vendas, mas existem mecanismos de
flexibilização que lhes permitem exceder as imposições sem incorrerem em
multa.A ToyotaMazda, refere a associação a
título de exemplo, vai conseguir atingir o objetivo de 2020 quase
exclusivamente graças à hibridização dos seus modelos convencionais,
enquanto o grupo FCA o conseguirá graças à aliança com a Tesla.Considerando
as estratégias das marcas, a Federação Europeia de Transporte e
Ambiente prevê que cerca de metade da redução dos 122 para 95 gCO2/km
venha a ser cumprida ainda em 2020, através dos mecanismos de
flexibilização.Já a quota de carros
elétricos nas vendas totais deverá atingir os 10% em toda a Europa no
final do ano, o que traduz cerca de um milhão de automóveis, o dobro do
registado em 2019, e cerca de 1,8 milhões em 2021.