Portugal com 7.ª maior quota de utilização de energias renováveis na UE em 2016
18 de dez. de 2017, 08:07
— Lusa/AO Online
Elaborado pela
Agência Europeia do Ambiente (AEA ou EEA, do inglês European Environment
Agency), o relatório de 2017 sobre a utilização de energias renováveis
na Europa destaca a Suécia, Finlândia, Letónia, Áustria e Dinamarca como
os países com níveis mais elevados de utilização de fontes renováveis,
apresentando valores acima dos 30%, enquanto o Luxemburgo, Holanda,
Malta e Reino Unido ocupam os últimos lugares, com quotas abaixo dos 9%.Segundo
as estimativas da EEA para 2016, Portugal surge na sétima posição, com
uma quota ligeiramente abaixo dos 30%, depois da Croácia e ao mesmo
nível da Estónia. O
documento, hoje divulgado, “confirma que a União Europeia [UE] e a
maioria dos Estados continuam em linha com os respetivos objetivos [de
utilização de fontes de energia renováveis], embora o ritmo de progresso
europeu tenha abrandado nos últimos dois anos”.“O
relatório confirma que a UE continua no caminho certo para atingir a
meta de 20% de utilização de fontes de energia renováveis em 2020,
apesar de o ritmo de crescimento destas fontes energéticas ter abrandado
recentemente”, lê-se no sumário executivo.Segundo
o documento, o crescente peso das renováveis desde 2005 “resultou numa
diminuição de cerca de um décimo do consumo europeu de combustíveis
fósseis e das emissões associadas de gases de efeito de estufa”, face a
um cenário em que as fontes renováveis se mantivessem nos níveis de
2005.Segundo
os dados agora avançados pela EEA, a quota das renováveis no consumo
final de energia na UE aumentou de 16,1% em 2014 para 16,7% em 2015,
estimando-se que se tenha fixado nos 16,9% em 2016.“Entre
2005 e 2014, a quota de fontes renováveis de energia aumentou, em
média, 6,7% ao ano. Contudo, esta taxa de crescimento abrandou
ligeiramente para 6,4% em 2015 e para 5,9% em 2016”, refere.De
acordo com as estimativas da agência europeia, as renováveis foram
responsáveis por 86% do total da nova capacidade de geração de energia
instalada em 2016, assumindo-se hoje a UE como “um líder global em
termos de capacidade energética renovável ‘per capita’, tendo na última
década ultrapassado o resto do mundo na transformação do seu sistema
energético”.Segundo
o relatório, o carvão foi o combustível mais substituído por fontes
energéticas renováveis na Europa, sendo responsável por cerca de metade
dos combustíveis fósseis e emissões de efeito de estufa evitados. O gás
natural foi o segundo combustível mais substituído por renováveis,
respondendo por cerca de 30% dos combustíveis fósseis substituídos.O
documento nota ainda que a transição para as fontes renováveis permitiu
melhorar a eficiência do sistema de transformação de energia na UE, o
que se traduziu numa redução de 2% do consumo primário de energia.O
setor do aquecimento/refrigeração continuou a ser o que mais recorreu a
fontes renováveis, seguido da geração de eletricidade. Já no setor
europeu dos transportes, as energias renováveis representaram apenas 7%
da energia total utilizada em 2015 e 2016, sendo que maior quota de
renováveis neste setor pertence aos biocombustíveis.Do
relatório resulta ainda que a quota de empregos ‘per capita’ no setor
das energias renováveis na UE foi a quarta maior do mundo em 2016,
depois do Brasil, Japão e EUA, com as indústrias do segmento eólico,
solar e de biomassa a destacarem-se como os maiores empregadores.A
EEA nota, contudo, que nos últimos cinco anos se assistiu à perda de
empregos na indústria solar e eólica, devido à crescente competitividade
de outros produtores como a China.Relativamente
ao desempenho nacional no setor das renováveis, o relatório aponta
Portugal como um dos únicos quatro países europeus onde a quota de
eletricidade obtida a partir de fontes renováveis representou em 2015
mais de metade do consumo total de renováveis (a par da Irlanda, Espanha
e Reino Unido). Na UE, cerca de 29% da eletricidade consumida em 2015
proveio de fontes renováveis. Portugal
é ainda referido como um dos nove países da UE que em 2015 registaram,
em termos relativos, “reduções significativas das emissões de gases com
efeito de estufa” (de 10% ou mais do total das emissões nacionais desde
2005), assim como um dos três países que obtiveram o maior impacto
estatístico das energias renováveis na diminuição do consumo primário de
energia (-6%, apenas superado pela Dinamarca, com -11%, e seguido da
Grécia, com -4%).